Partido Conservador vence eleições de lavada
O Reino Unido foi às urnas nesta quinta-feira (12) para eleger um primeiro-ministro pela terceira vez em menos de cinco anos e definir, enfim, o futuro sobre o Brexit. As eleições gerais são responsáveis por definir quais parlamentares ocuparão as 650 cadeiras de Westminster e são distritais – onde ganha automaticamente o candidato mais votado em cada distrito.
Os dois grandes partidos, o Partido Trabalhista e o Partido Conservador, buscavam a maioria absoluta no Parlamento para eleger seu primeiro-ministro: do lado dos Tories, Boris Johnson (atual primeiro-ministro) é o nome, enquanto que nos trabalhistas essa pretensão ficou por conta de Jeremy Corbyn, o grande líder da oposição ao governo atual. As previsões indicavam para um resultado dividido, em que muito provavelmente o vencedor deveria formar alguma coalizão para obter a maioria absoluta dos assentos.
Com a divulgação dos resultados oficiais nesta sexta-feira (13), o que se constatou foi uma vitória esmagadora dos conservadores. Com 364 cadeiras garantidas, 47 a mais que em 2017, o Partido de Boris Johnson conquistou a maioria absoluta do Parlamento e deve implementar a saída do Reino Unido da União Europeia sem grandes dificuldades. Os trabalhistas, por outro lado, conquistaram somente 203 cadeiras – 59 cadeiras a menos, em comparação com as últimas eleições. Os separatistas do Partido Nacionalista Escocês ficaram com 48 assentos, enquanto o Partido Liberal Democrata conquistou apenas 11 cadeiras.
E Eu Com Isso?
A vitória folgada dos Tories mantém Johnson no cargo de primeiro-ministro e indica que o acordo do Brexit firmado com a União Europeia deve ser cumprido, com o Reino Unido deixando o bloco até o dia 31 de janeiro. O crescimento dos separatistas escoceses deve trazer nova dor de cabeça para o Reino Unido, na medida em que aumenta a possibilidade de um novo referendo pela separação da Escócia do grupo.
Em relação aos mercados, a reação às eleições deve ser positiva para as grandes Bolsas ao redor do globo. A obtenção da maioria de um partido no Parlamento praticamente elimina todas as possibilidades de extensão da novela em torno da saída do Reino Unido da UE. Ainda não está claro, porém, qual será o acordo econômico entre as partes. Vale ressaltar também que grandes economias, como Alemanha e os EUA, já sinalizaram que vão negociar acordos bilaterais com o Reino Unido nessa nova fase.