Na tarde de quinta-feira (26) foi concluído o primeiro leilão de ativos da telefônica Oi. Estavam à venda suas torres de telefonia móvel e em outro lote os seus centros de dados (data centers). Ambos os ativos foram adquiridos pelo preço-base e com isso a OI arrecadou cerca de 1,4 bilhão de reais.
A Highline do Brasil, provedora de infraestrutura de telecomunicações controlada pelo fundo norte americano Digital Colony, foi a ganhadora das torres, com uma proposta de 1,067 bilhão de reais. O preço base para o leilão já era baseado na proposta da empresa, que foi escolhida pela Oi para ter um tratamento preferencial e, com isso, ter o direito de cobrir eventuais ofertas superiores.
A surpresa do leilão ficou por conta do fundo Pátria Investimentos, que manifestou interesse pelos ativos, porém entregou um envelope sem uma proposta formal, algo pouco usual.
Os data centers foram adquiridos pela carioca Piemonte Holdings pelo valor de 325 milhões, não houve outros lances pelos ativos.
Do total de 1,067 bilhão de reais oferecidos pela Highline, cerca 90 por cento serão pagos ainda em 2020. Já no caso da Piemonte Holdings, 75 dos 325 milhões de reais serão quitados a prazo.
Impactos na prática
Esperamos um efeito um efeito levemente positivo nas ações da OI (OIBR3/OIBR4) no curto prazo com a arrecadação de 1,4 bilhão de reais, porém a notícia não traz grandes impactos uma vez que os valores vieram em linha com os mínimos já pré-estabelecidos.
O leilão desta semana dá início ao processo da venda de ativos, que têm como ativo mais visado no momento a operação de telefonia móvel. Essa inclui sua rede ativa, as licenças para uso de frequências e todos os clientes da companhia.
As três grandes operadoras do país, Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Claro (listada na bolsa mexicana), já demonstraram interesse com uma proposta inicial de 16,5 bilhões de reais. O leilão já está marcado para o dia 8 de dezembro.
O mercado também aguarda ansiosamente pelo leilão dos ativos de fibra ótica da companhia, este por sua vez, tem potencial para arrecadar ainda mais que os ativos de telefonia móvel. Para prover internet de alta velocidade, tanto fixa quanto móvel, as operadoras precisam de uma ampla infraestrutura de fibra ótica e com a chegada do 5G nos mercados desenvolvidos, a criação de uma rede robusta será um grande diferencial para a melhora na qualidade do serviço no futuro.
Além dos ativos, na quarta-feira (25), o Senado passou uma nova lei de recuperação judicial muito benéfica para a Oi por alguns motivos, o principal sendo a possibilidade de a empresa usar o prejuízo acumulado nos últimos anos para abater uma parcela ainda maior imposto sobre seus ganhos com a venda de ativos. Esperamos que conforme o mercado compreenda mais a mudança da legislação, o preço das ações da Oi (OIBR3/OIBR4) seja positivamente impactado.
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