A Oi (OIBR3/OIBR4) apresentou seu resultado do último trimestre de 2020 nesta segunda-feira (29) antes da abertura do mercado. Os números seguiram as tendências dos últimos resultados da companhia, com queda na maioria das linhas de receita e indicadores operacionais.
A Oi apresentou receita líquida de 4,77 bilhões de reais no trimestre, representando uma queda de 2,9 por cento em relação ao 4T19. O resultado foi impactado pela queda de 5,7 por cento em relação ao mesmo trimestre de 2019 no segmento residencial e de 3,0 por cento no segmento de mobilidade pessoal.
Dentre os poucos destaques positivos do resultado, destacamos o crescimento de 288,5 por cento, em relação a 4T19, nas receitas de fibra ótica, atingindo 480 milhões de reais. A companhia pretende se tornar o maior provedor de infraestrutura de telecomunicação no país após a conclusão da venda de seus ativos, por isso é importante para Oi expandir a infraestrutura de fibra ótica o mais rápido possível.
A companhia apresentou um Ebitda, métrica de geração de caixa operacional, recorrente de 1,49 bilhões de reais, um crescimento de 5,5 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O bom resultado, apesar da queda nas receitas, foi devido a uma redução generalizada dos custos e despesas, que apresentaram 6,1 por cento de queda no mesmo período.
Por fim, a companhia apresentou um lucro líquido de 1,8 bilhões de reais, revertendo um prejuízo de 2,15 bilhões visto no 4T19. Apesar do bom resultado, o lucro líquido maior do que o próprio Ebitda da companhia foi impulsionado por 3,4 bilhões de reais em créditos fiscais devido aos prejuízos, sem esses créditos a companhia teria tido prejuízo no trimestre.
E Eu Com Isso?
O resultado da Oi foi em linha com o esperado, a companhia vem tendo queda em suas receitas já há alguns anos e por isso não acreditamos que os resultados em si tenham impacto no preço das ações da companhia (OIBR3) no pregão do dia do resultado.
A Oi está em um processo de transição, a companhia pretende sair de sua recuperação judicial não mais como uma operadora tradicional de telecom, mas como uma provedora de infraestrutura para o setor como um todo. A companhia já vendeu sua unidade de negócios de telefonia por 16,5 bilhões de reais e agora pretende vender parcela do seu negócio de fibra para conseguir captar mais capital para ser utilizado na expansão da rede de fibra no país.
Durante a teleconferência de resultados nesta segunda-feira (29) ao meio dia, investidores poderão ter mais clareza quanto ao andamento tanto do leilão quanto da rede neutra de fibra que a companhia está desenvolvendo, esses pontos devem ser os principais catalisadores para as ações da companhia (OIBR3/OIBR4) no curto prazo.
No seu resultado a companhia também destacou a entrada dos 2 primeiros contratos como rede neutra da companhia, totalizando links de 326 Gbps em 268 cidades. Na nossa visão isso já mostra a companhia dando bons primeiros passos para seu objetivo pós recuperação judicial.
Outro ponto relevante do resultado da companhia foi o fluxo de caixa operacional, que consiste basicamente em subtrair do Ebitda (métrica para geração de caixa operacional) o valor dos investimentos feitos pela companhia, também conhecido como CAPEX. A Oi vem investindo mais do que vem gerando de caixa, o que chama a atenção considerando que a maior parte do dinheiro dos leilões (incluindo 16,5 bilhões da venda dos ativos de telefonia móvel) ainda não entrou na conta da companhia.
Acreditamos que o setor vive uma corrida pela fibra, com competidores como a Vivo (VIVT3) fechando uma parceria com um fundo canadense para criação de outra rede neutra no país e a TIM Brasil (TIMS3) tentando formar uma parceria para acelerar a expansão de sua rede privada de fibra ótica. Com múltiplos de valuation maiores que os das próprias operadoras, o mercado de fibra ótica parece ser a grande fonte de crescimento para o setor nos próximos anos, além disso, a ampliação deste tipo de infraestrutura é inevitável para uma adoção em larga escala do 5G no país.
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