Biden e a transição americana

O pacote de Biden

Na noite da quinta-feira (14), Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, divulgou os detalhes do pacote de estímulos à economia que será colocado em prática após sua posse, marcada para o dia 20 de janeiro. Apesar de respeitável, o valor proposto de 1,9 trilhão de dólares veio um pouco abaixo das expectativas. As estimativas estavam ao redor de 2 trilhões de dólares, com algumas apostas de que o pacote poderia chegar a 2,2 trilhões.

Em seu discurso, Biden revelou que seu plano de tem duas etapas. Os principais pontos da primeira, que foi divulgada na quinta-feira, são elevar de 600 para 1.400 dólares o benefício emergencial que será pago até setembro. O auxílio desemprego semanal será elevado em 400 dólares. O salário mínimo vai subir para 15 dólares por hora. Serão destinados 350 bilhões de dólares para governos estaduais e locais, 160 bilhões de dólares para um programa nacional de vacinação, testes e outros esforços de contenção de coronavírus, e 130 bilhões de dólares para ajudar a reabrir escolas.

Biden também falou da segunda etapa de seu plano de recuperação econômica, que inclui metas de desenvolvimento de longo prazo, como investimentos em infraestrutura e combate às mudanças climáticas, indicando um aumento dos gastos do governo. Apesar de a cifra ser relevante, o valor desanimou um pouco os investidores. Devido aos sucessivos pacotes de estímulo, a expectativa era de uma injeção de recursos superior a 2 trilhões de dólares.

Por outro lado, as declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central americano, de que os juros permanecerão baixos por bastante tempo, aliviaram o mercado de juros futuros nos Estados Unidos, justificando um retrocesso das taxas mais longas, que vinham subindo nos últimos dias.

Indicadores I

 Após seis meses consecutivos de alta, as vendas do varejo caíram levemente em novembro, registrando uma baixa foi de 0,1 por cento. Para comparar, em novembro de 2019 as vendas haviam crescido 3,4 por cento em relação ao mês anterior. Apesar da desaceleração, o setor acumulou um aumento de 32,2 por cento nos seis meses até novembro, e se encontra 7,3 por cento acima do patamar pré-pandemia. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cinco dos oito segmentos de varejo venderam mais, mas os resultados pioraram para Alimentos, Bebidas e fumo e Supermercados, que representam 45 por cento do índice geral.

Indicadores II

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) desacelerou para 1,33 por cento em janeiro ante o 1,97 por cento em dezembro. Com esse resultado, o índice acumula alta de 24,49 por cento em 12 meses. Em janeiro de 2020, o índice subira 1,07 por cento, e acumulava elevação de 7,81 por cento em 12 meses, informou nesta manhã a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Os três índices componentes do IGP recuaram. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 1,60 por cento em janeiro, ante 2,27 por cento em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,59 por cento em janeiro ante 1,27 por cento no mês anterior e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,76 por cento em janeiro, menos que o 1,12 por cento de dezembro.

E Eu Com Isso?

A realização das expectativas com relação ao pacote de estímulos anunciado na quinta-feira por Joseph Biden está fazendo os mercados iniciarem a sexta-feira em baixa. Os contratos futuros de Ibovespa recuam 0,8 por cento e os contratos futuros de S&P 500 caem menos, recuando 0,3 por cento.

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