A Berkshire Hathaway (BERK-A/BERK-B) apresentou no sábado (27), os seus resultados do quarto trimestre de 2020. Por se tratar de uma empresa de participações, os resultados contábeis não apresentaram grandes surpresas, mas a revelação do tamanho do programa de recompra de ações praticado em 2020 pode ser vista como um sobressalto para os acionistas.
O lucro no trimestre foi de 35,8 bilhões de dólares, 23 por cento a mais que no mesmo período no ano anterior. O resultado no período foi beneficiado pelo “rally” das ações no final do ano. No resultado anual completo, porém, o lucro foi de 42,5 bilhões de dólares, 47,7 por cento a menos que em 2019.
Por uma questão de regulação, o mercado teve acesso às operações dos últimos meses apenas recentemente, já demonstradas neste balanço. As principais delas foram a venda de uma parte da participação na Apple e a correspondente compra de 4 bilhões de dólares na gigante do petróleo Chevron e outros 8,7 bilhões de dólares na operadora de telecom Verizon.
Por fim, ela anunciou que despendeu 24,7 bilhões em recompra de ações ao longo de 2020, aproximadamente 5 por cento do total de ações correspondentes ao capital da companhia.
E Eu Com Isso?
Os números apresentados pela Berkshire foram bons, em linha com o esperado devido à natureza das suas operações. Acreditamos que o comunicado a respeito do programa de recompra de ações é que deve refletir positivamente no preço das ações BERK-A/BERK-B no curto prazo.
Meses após o início da pandemia, Buffett deu seu recado: “nunca aposte contra a América”. Dito e feito: o oráculo de Omaha aproveitou a queda generalizada dos mercados para reforçar a recompra de ações, fazendo com que seus acionistas aumentassem a sua fatia nas companhias através da holding sem necessidade de aportes.
Esse é um dos pontos que ele destaca na carta anual: a maravilha da recompra de ações para os acionistas. Porém, ele não guarda críticas às companhias que a realizam com o mercado em alta, o que sugere menor potencial de retorno aos sócios.
Agora, desde o início das operações (entre 1965 e 2020), o retorno anualizado da Berkshire é de 20 por cento, quase o dobro do S&P 500 (10,2 por cento).
Atualização das maiores posições: a companhia detém 5,4 por cento do capital da Apple (AAPL), e representa 42,8 por cento da sua exposição; também detém 11,9 por cento do Bank of America, 11,1 por cento da sua “carteira”; 9,3 por cento da The Coca Cola Company (KO), o que corresponde a 7,8 por cento de exposição e 18,8 por cento da American Express Company, 6,5 por cento dos investimentos.