Noticiário internacional deve dar a tônica nos mercados
A semana começa com uma grande expectativa. Nesta segunda-feira (13), Liu He, vice-primeiro-ministro chinês e principal negociador do acordo comercial com os Estados Unidos desembarca em Washington. A meta é assinar o acordo preliminar de comércio com Donald Trump e remover do radar a maior das incertezas que vem perturbando o mercado internacional.
Apesar do cenário de final feliz, as negociações comerciais entre China e Estados Unidos estão muito distantes das narrativas lineares de Hollywood. No domingo (12), Steven Mnuchin, secretário do Tesouro americano (o equivalente a ministro da Fazenda) advertiu que, se o acordo não for respeitado pelos chineses, o governo americano não descarta a retomada das tarifas. No entanto, em um esforço para reduzir as disputas comerciais, Washington e Pequim concordaram em realizar negociações semestrais para aparar arestas e manter rodando as engrenagens do comércio. Essa agenda de negociações periódicas não era do agrado de Trump, mas o presidente acabou concordando.
A China não é a única questão na agenda internacional. A situação no Irã continua tensa. Na sexta-feira (10) um avião ucraniano com 176 pessoas a bordo, a maioria iranianos, muitos deles com cidadania canadense, foi derrubado logo após decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev. Não houve sobreviventes. Demorou mais de 24 horas, mas na noite do sábado (11) as autoridades iranianas admitiram que o avião havia sido derrubado por um erro nos sistemas de segurança. Ou seja, as Forças Armadas mataram, por engano, muitos de seus compatriotas.
Foi o suficiente para gerar uma onda de protestos pelas ruas do país. A comoção popular levou uma multidão às ruas para uma cerimônia à luz de velas, com manifestantes pedindo não só a renúncia do presidente Hassan Rohani, mas também do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. A polícia de choque foi mobilizada e dispersou a multidão com gás lacrimogêneo.
No domingo, novos protestos voltaram a ocorrer na capital. O enfraquecimento político do regime iraniano joga a favor dos interesses americanos, neste momento de alta sensibilidade dos negócios ao noticiário geopolítico. Trump tuitou na noite do domingo que “não se importaria” em negociar com o governo de Teerã, impondo como condição o fim da posse de armas nucleares e da repressão aos protestos, algo que os aiatolás só fariam se ordenado diretamente por Maomé. E, acuado, o governo voltou a atacar ontem. Oito foguetes atingiram uma base no Iraque usada por soldados americanos, ferindo quatro soldados iraquianos. Esperam-se mais notícias no decorrer do dia.
BRASIL – A primeira pesquisa Focus divulgada após as notícias de inflação em alta e produção industrial em queda não mostra uma deterioração nos prognósticos do mercado. As estimativas de inflação recuaram levemente para 3,58 por cento, ante os 3,60 por cento do levantamento anterior. No entanto, os prognósticos para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permanecem em 2,3 por cento e as estimativas para a taxa referencial Selic em dezembro deste ano ainda são de 4,5 por cento ao ano.
O cenário internacional deve ser preponderante para definir a dinâmica do mercado. Apesar dos bons prognósticos do acordo comercial entre China e Estados Unidos, a situação no Irã permanece uma grande fonte de incerteza.
▲ A notícia é positiva para a Bolsa
* Esse conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.
Leia também:Tensões no Oriente Médio – Barril de pólvora (ou petróleo?)