Marfrig (MRFG3): Saída do BNDES e encerramento de um ciclo
A Marfrig (MRFG3) confirmou na sexta-feira (6) a realização de uma oferta subsequente de ações (“follow on”). A operação deve movimentar 3,3 bilhões de reais e será composta de oferta primária (novas ações), quando o dinheiro vai para o caixa da companhia, e de oferta secundária (ações já existentes), quando algum dos sócios coloca parte ou todas as suas ações à venda.
O sócio em questão é a BNDESPar, empresa de participações do BNDES, que deve vender todas as ações que possui na companhia. São 209 milhões de ações, equivalentes a 33,7 por cento do capital da Marfrig. Pelo fechamento da sexta-feira (6), essa participação valia 2,37 bilhões de reais.
As 90 milhões de ações da oferta primária devem trazer ao caixa da Marfrig 986 milhões de reais líquidos de comissões e custos da oferta.
Por lei, os acionistas atuais da Marfrig terão direito de prioridade para integralizar novas ações e evitar, assim, diluições em suas participações. Para cada ação possuída, o acionista terá direito de integralizar 0,145007 ação. Os controladores, que detêm 38,9 por cento do capital, vão exercer seus direitos e integralizar as novas ações.
Os acionistas têm desta segunda-feira (9) até a sexta-feira (13) para comunicarem suas corretoras que desejam exercer seus direitos e integralizar as ações. A dificuldade no momento é saber o valor exato que deverão reservar para o pagamento das novas ações, já que o preço delas será fixado apenas no dia 17 de dezembro.
E Eu Com Isso?
Com a saída, o BNDES encerra os investimentos na Marfrig iniciados em 2007. Com o que já recebeu de juros de debêntures, que depois foram convertidas em ações, e com o lucro da venda das ações, a BNDESPar deve ter um resultado positivo de 800 milhões de reais.