Com o passar do mês de junho, verifica-se que o setor de saneamento se encontra cada vez mais aquecido.
Apenas em 2021, foi lançado um novo projeto de saneamento básico no Amapá, em 28 de maio e, posteriormente, foi divulgada a primeira privatização do setor, da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que deverá ter seu modelo de privatização finalizado até o final de junho.
Além dos grandes leilões, dados da Radar PPP apontam que o setor de saneamento conta ainda com cerca de 51 licitações menores ao todo para o segmento, com estas estando em diferentes estágios de desenvolvimento.
A estimativa é que nove desses projetos tenham um potencial de cerca e 3,64 bilhões de investimentos, com expectativa de atrair grupos entrantes no setor.
Das licitações, a que se destaca pelo maior porte é a concessão de Porto Alegre (RS), com projeção realizada pelo BNDES de cerca de R$ 2,17 bilhões de investimentos necessários na rede de esgoto da cidade.
O montante ainda poderá passar por revisões e aumentar, caso este também englobe serviços de água, pauta ainda em discussão.
As demais licitações mapeadas são bem menores, com média de investimentos de R$ 97 milhões por iniciativa.
A título de exemplo, vemos a concessão de água e esgoto em Orlândia (SP), projeto que prevê investimento de R$ 93 milhões e que será disputado por 17 consórcios.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para o setor, uma vez que se projeta a entrada de forte investimento para o projeto de universalização dos serviços de água e esgoto.
Nesse contexto, os preços das ações das companhias Sabesp (SBSP3) poderão reagir positivamente à notícia no curto prazo, uma vez que se trata de uma possível candidata a participar das futuras concessões, já tendo apresentado interesse por algumas propostas.
As companhias Sanepar (SAPR11) e Copasa (CSMG3), no entanto, devem ser neutras à notícia, uma vez que operam concessões nos seus estados apenas.
Além das tradicionais companhias do segmento, a expectativa é que a concessão atraia grupos de diferentes setores – o que foi visto no leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), no Rio de Janeiro.
Além disso, mais companhias podem se interessar pelos novos leilões, de porte menor, sendo estes ativos de menor complexidade de operação em comparação à Cedae, o que deve atrair grupos entrantes no setor.
Leilões desse perfil, no entanto, deverão ser mais escassos no futuro, com a nova lei do saneamento básico fazendo forte pressão contra projetos de municípios isolados, que não poderão receber nenhum tipo de apoio do BNDES ou Caixa.
A restrição, porém, não se aplica a processos iniciados antes da lei, que devem.
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