A Itaúsa (ITSA4) anunciou na manhã da última terça-feira (14) que reduziu a sua posição no capital social da XP Inc (XP) através da alienação de 7,8 milhões de ações da XP. A holding ainda possui 76,5 milhões de ações da companhia, ou seja, a exposição foi reduzida em aproximadamente 9,26%. A sua participação remanescente representa 13,67% do capital social total da XP e 4,3% do total de votos. Foi levantado o total de R$ 1,2 bilhão com a venda, o que deve aumentar o lucro líquido do 4T21 em R$ 900 milhões.
A venda vem em consonância com a “decisão estratégica da Companhia de diversificar seu portfólio em ativos do setor não financeiro, bem como da busca contínua pela melhor alocação de seu capital.”
Em adição e de certa forma associada a esta operação, a companhia anunciou dois proventos: (1) Juros sobre o Capital Próprio líquido de R$ 0,11 por ação (yield ~ 1,2%) com data de corte (data “com”) em 14/01/2022; (2) Bonificação de ações na proporção de 5 para cada 100 na posição acionária final do dia 20/12/2021, mediante capitalização de reservas de lucros. Foi informado ainda que o pagamento trimestral de dividendos de R$ 0,02 será mantido, ou seja, o valor líquido recebido pelo acionista será 5% maior.
E Eu Com Isso?
Desde o começo das tratativas do spin-off promovido pelo Banco Itaú (ITUB3/ITUB4) junto à XP, a Itaúsa deixou alinhado com seus acionistas que não deveria vender de maneira abrupta a sua participação na plataforma de investimento listada na Nasdaq, embora não considerasse o investimento como estratégico.
Nesse contexto, esperávamos vendas periódicas com a respectiva distribuição do lucro aos acionistas através de proventos. Contudo, vemos com certa estranheza a operação neste momento, dada a baixa avaliação das ações “XP” no mercado em comparação com o passado recente. A companhia está avaliada em menos de R$ 92 bilhões de capitalização de mercado, bem distante ao patamar de fevereiro deste ano, quando a companhia chegou a ser avaliada em R$ 152 bilhões.
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