Indicadores mostram recuperação gradual da economia
Os indicadores voltaram a confirmar uma recuperação gradual da economia brasileira, apesar do cenário internacional adverso. A inflação prossegue desacelerando em janeiro. A segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgada na manhã desta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou para 0,57 por cento, uma forte queda ante os 2,06 por cento registrados na segunda prévia de dezembro.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60 por cento do índice, caiu de 2,85 por cento na segunda prévia de dezembro para 0,67 por cento em janeiro. A maior queda veio do item Alimentos Processados, cuja variação recuou de 7,15 por cento para 1,28 por cento.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu de 0,74 por cento em dezembro para 0,45 por cento em janeiro. Os preços do item Alimentação, que vinham respondendo pelas maiores altas nas últimas semanas, desaceleraram de 1,94 por cento em dezembro para 1,22 por cento em janeiro. A maior queda veio das carnes bovinas, cuja inflação recuou de 15,4 por cento em dezembro para 2,74 por cento em janeiro.
Além da inflação, as estimativas para o crescimento da economia brasileira melhoraram, indo na contramão do cenário global. Na segunda-feira (20) o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou sua edição mais recente do relatório “World Economic Outlook”. O FMI reduziu a projeção do crescimento global neste ano de 3,4 por cento para 3,3 por cento, devido a uma retração acima do esperado da economia da Índia.
No entanto, o Fundo elevou a projeção de crescimento da economia brasileira. Para o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve avançar 2,2 por cento em 2020, uma alta de 0,2 ponto percentual em relação ao cenário traçado em outubro. A estimativa para o PIB de 2019, que só será divulgado em março pelo IBGE, também subiu. Avançou de 0,9 por cento para 1,2 por cento. A projeção é superior ao 1,12 por cento esperado pelo governo.
MUNDO – Em uma estimativa preliminar, o banco central alemão (BundesBank) avaliou que o crescimento da economia alemã em 2019 foi de 0,6 por cento. Se confirmado, esse será o pior desempenho desde 2013, ano em que a economia da Zona do Euro começava a emergir da crise financeira decorrente da quebra do mercado imobiliário americano. Segundo o banco central alemão, a atividade industrial, o forte da Alemanha nos últimos anos, “declinou fortemente e em uma ampla gama de setores” à medida que as exportações encolhiam devido à desaceleração econômica na China e à disputa comercial do país asiático com os Estados Unidos. No lado positivo, os setores de serviços e construção continuaram crescendo, acrescentou o banco central alemão.
Para 2020, porém, a economia europeia deve a dar sinais de melhora. Nesta manhã foi divulgado indicador de expectativas econômicas ZEW, que mostra o sentimento dos empresários alemães. O índice subiu 16 pontos para 26,7 pontos em janeiro, atingindo o nível mais alto desde julho de 2015. O índice abrangente para toda a Zona do Euro subiu 14,4 pontos, para 25,6. O índice de expectativas para a situação atual, mais focado no curto prazo, está menos negativo. O indicador para a Alemanha subiu 10,4 pontos e está em -9,5, e o indicador para toda a zona do Euro subiu 4,8 pontos, para -9,9.
O susto provocado pelo ataque de milícias líbias a dois dos principais campos produtores de petróleo do país africano também arrefeceu. Durante o pregão em Londres, os preços do petróleo referencial do tipo Brent recuaram mais de 1 por cento e caíram para 64,28 dólares por barril, após terem atingido a marca de 66 dólares por barril no pregão da segunda-feira (20). Autoridades do setor de petróleo do Japão e da Europa afirmaram que os estoques são suficientes para compensar eventuais interrupções no fornecimento da Líbia, que produz 1,2 milhão de barris de óleo equivalente por dia.
O noticiário nacional e internacional mostra um arrefecimento das tensões à medida que o ano avança. No geral, o sentimento do mercado é positivo, apesar de a Bolsa poder ser afetada no curto prazo por um movimento de realização de lucros após o recorde registrado na segunda-feira (20).
▼ A notícia é negativa para a Bolsa
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