O ministério da Economia sinalizou, por meio de seu chefe, o ministro Paulo Guedes, que o governo Bolsonaro deverá criar um programa de renda mínima permanente após a pandemia. O programa foi apelidado de Renda Brasil e deve ser mais abrangente que o Bolsa Família. O intuito seria extinguir o programa que foi marca dos governos petistas.
Guedes se reuniu com líderes partidários e formalizou a criação deste programa, apesar de não entrar em maiores detalhes pelo fato dele ainda estar em elaboração. A ideia da equipe econômica é estabelecer uma rede de proteção aos mais vulneráveis, incluindo os beneficiários pelo auxílio emergencial de 600 reais. Guedes antecipou que a ideia principal do programa é de estabelecer gatilhos para que os beneficiários, tendo alguma estabilidade, procurem emprego.
Ainda com poucos detalhes sobre o projeto, é difícil mensurar se haverá algum impacto nas contas públicas ou mesmo quais são os detalhes mais técnicos da política pública. A ideia de uma renda mínima para a parcela mais vulnerável é defendida por economistas renomados, mas ainda gera muita discussão na literatura especializada. Politicamente, parece uma jogada hábil do governo: ao se deparar com a inevitável prorrogação do auxílio emergencial, o Planalto aproveita para entregar um projeto mais propositivo (do ponto de vista econômico e de bem-estar) e tenta colocar fim a uma bandeira de governos anteriores. Ademais, o eventual sucesso do Renda Brasil também pode render frutos eleitorais ao presidente, principalmente na camada diretamente beneficiada pelo programa.
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