Apesar de alguns surtos localizados, a pandemia parece estar no fim na Europa e nos Estados Unidos. Depois de mais de 18 meses de medidas de restrição, todos anseiam por um retorno a algo parecido com a normalidade pré-Covid.
Sabemos que, no fundo, isso é impossível. A economia “normal” pós-coronavírus será diferente do que existia antes da pandemia. Mesmo assim, algumas coisas deverão permanecer como eram. As compras de Natal, por exemplo. Vários dos principais varejistas americanos notaram um início mais precoce das compras de presentes. Embora isso possa levar a quedas em novembro e dezembro, a projeção do setor é que as vendas deste ano sejam as melhores em vários anos.
Animados pela volta da normalidade e temerosos das fraturas sofridas pelas cadeias internacionais de produção e de comércio, os americanos têm aproveitado para ir às compras.
Com isso, as vendas no varejo nos Estados Unidos dispararam em outubro. Um relatório divulgado na terça-feira (16) pelo Departamento do Comércio mostra que as vendas no varejo cresceram 1,7% no mês passado.
O resultado de outubro superou as expectativas, que eram de um ganho de 1,4%, e ficou acima da alta de 0,8% em setembro. O dado para setembro foi revisado: a estimativa preliminar era de um crescimento de 0,7%.
Os números mostram uma recuperação sólida das vendas. O avanço ante outubro de 2020 foi de 16,3%, e o resultado está 21,4% acima do nível pré-pandêmico. E vale a pena observar os resultados mais detalhadamente.
As vendas de veículos subiram 1,8%, após terem avançado 1,2% em setembro. Foi a primeira alta nas vendas em número de veículos em seis meses. As vendas em valor vêm crescendo sistematicamente devido à alta dos preços provocada pela escassez de semicondutores, mas o aumento no número de veículos vendidos é uma boa notícia.
O faturamento das lojas de material de construção avançou 2,8%. Também cresceram as vendas de móveis, livros, artigos esportivos e instrumentos musicais. As vendas nas lojas de eletrônicos e eletrodomésticos avançaram 3,8%.
E, mais importante, o “núcleo” do varejo apresentou um bom desempenho. Excluindo-se as vendas de produtos cujos preços são mais instáveis – como combustíveis, por exemplo – as vendas do “núcleo” do varejo subiram 1,6% em outubro após terem avançado 0,5% em setembro.
Ou seja, na ponta do lápis há sinais fortes de recuperação do pilar mais importante da atividade econômica americana, o consumo das famílias, que responde por dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) americano.
Embora o varejo de bens seja “apenas” um terço de todo o consumo, com o restante sendo representado pelos serviços, são números animadores vindos da maior economia do planeta.
Inflação
O crescimento das vendas nos Estados Unidos não foi o único sinal de retomada da economia. Do outro lado do Atlântico, a Inglaterra mostrou um aquecimento da inflação.
O CPI (Consumer Price Index) britânico nos 12 meses até outubro subiu para 4,2% ante 3,1% em setembro. Foi a maior inflação acumulada em dez anos, e ficou acima das expectativas, que eram de uma alta de 3,9%.
E Eu Com Isso?
A quarta-feira começa com os contratos futuros de Ibovespa indicando uma alta razoável, acima da valorização discreta dos contratos futuros do índice americano S&P 500, em uma resposta à desvalorização da véspera.
No entanto, espera-se uma sessão volátil.
As notícias são positivas para a bolsa em um cenário de volatilidade.
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