Na quinta-feira (08), está marcado o retorno dos leilões de novos projetos de geração de energia.
Os leilões, denominados A-3 e A-4 e com maioria dos projetos no Nordeste, irão permitir que as distribuidoras contratem projetos com início do suprimento janeiro de 2024 e de 2025, respectivamente.
O certame será realizado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) com coordenação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Estão cadastrados 1.841 projetos para participar da disputa de 66.862 megawatts (MW) de potência total provenientes de fontes eólica, fotovoltaica, hidrelétrica e termelétrica.
As fontes renováveis são o destaque da edição, com maior número de usinas cadastradas.
No caso da energia solar, trata-se de 1.050 projetos na disputa (41.852 MW total) e, na eólica, 700 projetos (22.667 MW total).
Os leilões iniciam com preços para contratação de R$ 292 o megawatt-hora (MWh) para as fontes hidrelétrica e termelétrica a biomassa e de R$ 198 o MWh para eólica e solar, no caso de empreendimentos sem outorga.
Para os projetos com outorgas, os preços de referência serão de R$ 245,14 o MWh para pequenas e médias centrais hidrelétricas e de R$ 170,37 por MWh para usinas hidrelétricas de maior porte.
Os projetos vencedores da disputa serão aqueles que oferecerem o maior desconto sobre os preços de referência.
E Eu Com Isso?
Após um ano de 2020 morno em termos de novas licitações de energia, com apenas um leilão de transmissão ocorrendo em dezembro, o período de junho a julho de 2021 marca o retorno dos certames do setor de energia.
Para o de quarta-feira, esperamos deságio nos preços praticados pelas distribuidoras, a despeito do apetite das mesmas devido à demanda reprimida causada com o adiamento dos leilões de 2020 e rápida retomada do consumo.
Apesar da baixa participação de distribuidoras no último leilão para projetos existentes realizados no fim de junho, com participação de apenas três companhias na ponta compradora – Celpa e Cemar, ambas da Equatorial (EQTL3), e Light (LIGT3) – acreditamos que o certame para geração de novos projetos será mais competitivo, uma vez que histórico de baixos preços ofertados pelas fontes renováveis podem ter levado as distribuidoras a reservar uma parcela maior da demanda para contratação nos leilões desta semana.
Nesse sentido, há expectativa de participação de grandes players do segmento de geração, os quais estão capitalizados e possuem acesso a linhas de financiamento competitivas, reduzindo o preço de energia mínimo necessário para tornar os projetos economicamente viáveis.
Ademais, embora haja certa demanda reprimida por parte das distribuidoras, elas têm se mostrado conservadoras na contratação diante das incertezas advindas do crescimento econômico e da expansão da geração distribuída.
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