Em leilão de privatização realizado na sexta-feira (16) na B3, a CPFL (CPFE3) arrematou a CEEE-T (Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica) do estado do Rio Grande do Sul com um lance de R$ 2,67 bilhões.
A CPFL passa agora a deter 66,08% do capital social da CEEE-T. A Eletrobras detém o restante da participação, podendo ainda exercer seu direito de tag along para vender sua participação sob as mesmas condições.
A CEEE-T cuida da operação e manutenção de mais de 6 mil quilômetros de linhas, sendo 5,9 mil quilômetros próprios e mais de 15,7 mil estruturas de transmissão, com 15,3 próprias, cobrindo todo o estado do Rio Grande do Sul e totalizando 69 subestações que somadas, possuem potência instalada própria de 10,5 mil megavolt-ampères (MVA).
No Rio Grande do Sul, a CPFL é responsável pela distribuição de energia elétrica em 77% do estado.
Em março, a CEEE Distribuidora (CEEE-D) foi adquirida pela Equatorial Energia (EQTL3), sendo a CEEE-T, o segundo braço do Grupo CEEE a ser privatizado.
A CEEE-G (Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica) também deverá ser vendida e se encontra em fase de aprovação para a venda, cujo edital deverá ser publicado ainda neste semestre.
E Eu Com Isso?
Na sexta-feira (16) as ações da CPFL (CPFE3) fecharam em queda de 1,41%, devido a preocupações com o alto prêmio pago, com a operação apresentando um ágio de 57,13% sobre o valor mínimo de R$ 1,7 bilhão.
O alto prêmio pago pela companhia poderá continuar pressionando negativamente os preços das ações CPFE3, além de levantar dúvidas sobre a TIR (Taxa Interna de Retorno).
De fato, apesar de entendermos o desafio de expansão de negócios em um ambiente com poucas opções de crescimento, vemos o arremate da CEEE-T por um alto prêmio como arriscado para a CPFL, que precisará extrair valor significativo da operação para que ela faça sentido.
A despeito de vermos a expansão como positiva do ponto de vista estratégico e de negócio, com a CPFL podendo explorar sinergias com suas demais operações, o preço acertado gera ressalvas.
O resultado definitivo do leilão deverá ocorrer até 17 de agosto de 2021 e após a divulgação, a aquisição das ações da companhia passará pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), com homologação prevista para 26 de agosto.
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