Coronavírus chega à Índia e mercados voltam a cair – Primeiro caso foi confirmado
A Índia noticiou na manhã desta quinta-feira (30) seu primeiro caso do novo coronavírus. Foi confirmada a contaminação de uma paciente no estado meridional de Kerala. A indiana é uma estudante da Universidade de Wuhan, cidade chinesa que é o epicentro do surto. Segundo as autoridades, a jovem está internada em isolamento e sua condição é estável.
O governo indiano informou que cerca de 20 pessoas relacionadas à estudante foram testadas para o coronavírus. Dez deram resultados negativos, seis estão pendentes e a estudante teve sua contaminação confirmada. O estado de Kerala, no extremo sul da Índia, é um dos mais populosos, com cerca de 33 milhões de habitantes. Um total de 806 pessoas moradores do estado que retornaram recentemente da China estavam sob observação. Era questão de tempo até o coronavírus chegar à Índia. O país tem 3 mil quilômetros de fronteiras com a China, e as relações econômicas e culturais entre os dois países vem se intensificando nos últimos anos.
A reação dos mercados foi ruim. No Japão, a bolsa caiu 1,72 por cento. Na Índia, o índice BSE, da bolsa de Mumbai, fechou em queda de 0,69 por cento. Na Alemanha, as ações estão recuando 1,18 por cento e, na Inglaterra, a baixa é de 1,34 por cento. A tensão britânica vem sendo amplificada devido a entrada em vigor do Brexit na sexta-feira 31.
Apesar de a situação indiana não ser grave, o fato de a contaminação pelo coronavírus ter atravessado a fronteira leva mais um elemento de preocupação aos mercados. Enquanto não houver sinais claros de contenção do surto, os preços dos ativos financeiros ficarão sujeitos a solavancos.
BRASIL – O susto com a alta dos preços da carne parece ter se dissipado. A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou, na manhã desta quinta-feira (30), o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro. A inflação foi de 0,48 por cento em janeiro, percentual inferior aos 2,09 por cento de dezembro. Em 12 meses, o IGP-M acumula uma alta de 7,81 por cento. Esse percentual é mais de um ponto percentual superior aos 6,74 por cento acumulados em 12 meses até janeiro de 2019.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,52 por cento em janeiro ante 0,84 por cento em dezembro. A principal contribuição para a desaceleração partiu do grupo Alimentação. Os preços subiram 1,22 por cento em janeiro, ante 2,36 por cento em dezembro. A inflação das carnes bovinas desacelerou para 1,95 por cento ante 18,03 por cento.
A inflação no atacado, medida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), recuou para 0,50 por cento em janeiro após ter subido 2,84 por cento em dezembro. A taxa do grupo Bens Finais variou 0,02 por cento em janeiro, ante 3,31 por cento em dezembro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de uma inflação de 6,78 por cento em dezembro para uma deflação (queda de preços) de 0,44 por cento. O IPA representa 60 por cento do IGP-M.
A FGV divulgou também o Índice de Confiança de Serviços (ICS). Em janeiro, o ICS recuou 0,1 ponto, para 96,1 pontos, após duas altas consecutivas. No entanto, considerando a média móvel trimestral (que calcula o índice dos últimos três meses), a trajetória ainda é de alta: o índice avançou 0,7 ponto, mantendo a tendência ascendente iniciada em julho do ano passado. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de serviços aumentou 0,4 ponto percentual em janeiro, para 82,3 por cento, o maior nível desde abril de 2018.
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