Na mais nova pesquisa de avaliação de governo e intenções de voto para 2022, promovida pela Genial Investimentos, em parceria com a Quaest Pesquisa, observamos mais uma série de dados cujos resultados trazem poucas novidades em relação com o que vinha sendo registrado nos últimos meses.
A avaliação negativa do presidente continua estável, em 51 pontos percentuais, em linha com o resultado de janeiro (50 pontos percentuais), enquanto a avaliação regular permaneceu inalterada em relação à pesquisa anterior (25 pontos percentuais.), assim como a avaliação positiva, que se manteve na casa dos 22%. Vai se confirmando, portanto, a tendência não apenas de estabilização do quadro eleitoral e de avaliação de governo, mas a superação do que foi o pior momento para o governo em termos de popularidade: em novembro de 2021, a avaliação negativa do presidente chegou a 56% e sua base eleitoral (supostamente refletida, principalmente, na avaliação positiva) chegou, pela primeira vez, abaixo dos 20 pontos percentuais (19%). Entre os que não souberam ou não quiseram responder, o percentual também variou marginalmente, passando de 3% para 2%.
Há, contudo, alguns destaques na rodada. O primeiro deles pode ser observado na retomada da alta da avaliação negativa do presidente na região Nordeste do País: após registrar queda significativa (de 61%, em dezembro de 2021, para 56%, em janeiro) na avaliação “ruim/péssimo”, o percentual voltou a atingir suas máximas (61 pontos percentuais), oscilando já fora da margem de erro. Não necessariamente, porém, essa é uma tendência que irá confirmar (a ver as próximas rodadas e pesquisas divulgadas), uma vez que tal deterioração pode estar diretamente relacionada à live de Bolsonaro, no dia 3 de fevereiro, em que chamou o povo nordestino de “pau de arara” (termo considerado jocoso por alguns), confundiu os estados do Ceará e de Pernambuco ao mencionar o famoso sacerdote Padre Cícero – grande figura política, social e religiosa da região.
Outro destaque vai para o aumento da avaliação negativa do presidente entre aqueles que têm renda mensal familiar de até dois salários mínimos – de 52% para 57% – na contramão do que o Planalto espera, já que esse é o público que será, majoritariamente, beneficiado pelo Auxílio Brasil, cujos pagamentos já foram iniciados.
Realizada entre os dias 03 e 06 de janeiro, por meio de entrevistas face-a-face e margem de erro estimada de 2 pontos percentuais, a pesquisa entrevistou 2.000 eleitores com 16 anos ou mais, seguindo os critérios de estratificação definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 2021, e a Pesquisa Nacional de Domicílios do IBGE, de 2019. O nível de confiança é de 95%.
No que diz respeito às simulações de intenção de voto, tanto espontâneas quanto estimuladas, é possível notar uma forte tendência de continuidade, com nenhuma alteração de projeção de votos fora da margem de erro e Lula e Bolsonaro com larga vantagem sobre outros candidatos.
Corrobora para o cenário polarizado, também, as altas taxas de resposta que apontam que os votos em Bolsonaro e Lula são definitivos (65% e 74%, respectivamente), enquanto o cenário para a suposta terceira via é justamente o contrário: na totalidade dos candidatos, os índices das respostas que apontam que o eleitorado pode mudar de escolha fica entre 60% e 75%.
E Eu Com Isso?
De fato, o mês de janeiro ficou marcado pela quase nula alteração do cenário político-eleitoral no âmbito presidencial. Fevereiro ensaia o mesmo enredo e pode confirmar o que deve ser algo peculiar nas eleições de 2022: com baixo volume de indecisos e pouco apelo para a terceira via, o cenário polarizado parece consolidado mesmo com uma significativa distância até o pleito.
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