A CCR pretende entrar com força nos próximos leilões de infraestrutura, mesmo após obter dois blocos de concessão e levar 15 aeroportos do interior dos estados do Sul e de algumas capitais do Nordeste, pelos quais desembolsou 2,9 bilhões de reais em outorgas.
A companhia ainda mira concessões de transportes públicos no estado de SP, como as linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), além de rodovias importantes como a Dutra, BR-153 e a BR-163. Esta última liga Rondonópolis e os portos do Norte, constituindo-se em um dos principais corredores de transporte de grãos no País.
A companhia encerrou o ano de 2020 com a alavancagem financeira (relação Dívida Líquida/ Ebitda) de 2,9 vezes, um patamar considerado ainda confortável pela nova gestão. O Ebitda é uma métrica para a geração de caixa operacional da companhia.
E Eu Com Isso?
O apetite grande por novas concessões vem em um momento de baixa nos resultados operacionais de diversas malhas já operadas pela companhia, pela restrição de circulação de pessoas na pandemia.
Porém isso coincide com conclusão da reforma estrutural interna da companhia, que se iniciou em 2018 quando foram descobertos esquemas de corrupção, com a entrada do novo CEO em junho de 2020. Desde então, 70 executivos já deixaram a empresa.
Há um misto de positivo e negativo nos planos da CCR a nosso ver. Por um lado, o setor de infraestrutura há tempos não via uma expansão forte como a dos últimos dois anos. Isso oferece uma oportunidade interessante para a injeção de capital no setor, além de a CCR ser uma das poucas empresas com expertise e poder de fogo para arrematar projetos importantes.
Por outro lado, por ser um investimento de longuíssimo prazo, caso haja um exagero no ágio das propostas em leilão, com ambiente de juros longos ainda em alta no País, pode gerar uma taxa de retorno no longo prazo não condizente com a rentabilidade esperada da companhia, podendo prejudicar a geração de valor para os acionistas no longo prazo.
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