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Destaque da CCR na Infra Week

Nesta quarta-feira (7) foi iniciada a Infra Week, como foi batizada a série de leilões para o setor de infraestrutura no intervalo de 7 a 9 de abril. Estes leilões abrangem o segmento de aeroportos, concessões portuárias e ferroviárias, com expectativa de atrair cerca de 10 bilhões de reais em novos investimentos para o período.

Seguindo a agenda do dia, vimos o leilão de 22 aeroportos federais realizados na sede da B3, em São Paulo, o qual teve como vencedores a CCR e a operadora francesa Vinci.

O destaque ficou por conta da CCR, que arrematou a concessão mais concorrida do dia, o Bloco Sul, com um lance de 2,1 bilhões de reais de outorga, um ágio de 1.534 por cento ante o valor previamente definido pelo edital, superando a meta do governo. Na concessão, a companhia deverá realizar investimentos da ordem de 2,9 bilhões de reais, com a perspectiva de uma receita de 7,5 bilhões de reais. O bloco inclui nove aeroportos: Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR), Bacacheri (PR), Curitiba (PR), Joinville (SC), Navegantes (SC), Uruguaiana (RS), Bagé (RS) e Pelotas (RS).

Além deste lote, a CCR também venceu a disputa pelo Bloco Central com um lance de 754 milhões de reais de outorga, um ágio de 9.156 por cento ante o valor definido inicialmente no edital. A companhia deverá realizar investimentos da ordem de 1,8 bilhão de reais ao longo dos 30 anos da concessão, tendo como perspectiva de receita 3,6 bilhões de reais. O bloco inclui 6 aeroportos: Goiânia (GO), São Luís (MA), Imperatriz (MA), Teresina (MA), Palmas (TO) e Petrolina (PE).

A operadora francesa Vinci surpreendeu e arrematou o Bloco Norte, com um lance de 420 milhões de reais de outorga, o que representa um ágio de 777,47 por cento em relação ao valor previamente definido pelo edital. O contrato prevê investimentos da ordem de 1,5 bilhão de reais para a concessão, além de perspectiva de receita de 3,6 bilhões de reais no período. O lote inclui 7 aeroportos, com 3 destes localizados no Amazonas, 2 no Acre e 1 em Roraima e em Rondônia.

A expectativa do Governo era de uma taxa interna de retorno (TIR) real de 9,2 por cento no bloco Sul e de 11,4 por cento no bloco Central.

E Eu Com Isso?

A disputa e os valores oferecidos surpreenderam as expectativas do mercado. Apesar de já ser esperado o arremate do Bloco Sul pela CCR, o interesse no Bloco Central pela companhia surpreendeu, uma vez que este se tratava de um lote menos atrativo. A CCR ainda teve como destaque os elevados ágios praticados no leilão. Os preços das ações da companhia (CCRO3) reagiram negativamente aos valores mais altos oferecidos, fechando o dia em queda de 1,82 por cento, comparado à ligeira alta de 0,1 por cento no Ibovespa.

Acreditamos que este leilão teve um pouco menos de competição de players internacionais e que a CCR pagou um pouco caro nos aeroportos dos blocos Sul e Central. Entretanto o valor pago ficou em linha com os últimos leilões de aeroportos no Brasil.

A geração de valor para acionistas da CCR e a taxa interna de retorno (TIR) vai depender de: ganhos de eficiência nos investimentos a serem realizados, nível de despesas operacionais e projeções de tráfego nos aeroportos.

A CCR tem posição de caixa confortável de 6,2 bilhões de reais e nível de endividamento líquido de 2,9 vezes a geração de caixa medida pelo Ebitda.

Marco Cauduro, presidente da CCR, afirmou na ocasião que os lances elevados praticados no leilão não impactam o planejamento futuro do grupo. Ressaltou que o grupo vinha estudando a concessão desde 2019 e que as ofertas são compatíveis com o retorno projetado no longo prazo.

Adicionalmente, Cauduro sinalizou interesse da empresa em outros ativos, sendo o principal deles a concessão da rodovia Dutra que vence no curto prazo, com expectativa de investimentos de 15 bilhões de reais. Acreditamos que a CCR precise fazer uma oferta de ações para financiar o seu crescimento e manter o nível de endividamento sob controle.

Após a conquista de 15 dos 22 aeroportos em leilão, a CCR reforçou significativamente sua participação no setor aeroportuário. Apesar da crise no setor aéreo dado o agravamento da pandemia, a CCR mostrou que a sua ampliação neste é estratégica para a companhia, que hoje opera apenas o aeroporto de Confins (MG), em parceria com a Zurich Airport, além de outros aeroportos menores fora do país: Quiport (Equador), Aeris (Costa Rica) e Curaçao (Caribe).

A Vinci também surpreendeu com o arremate do Bloco Norte, uma vez que sua participação não era esperada pelo governo. Em anúncio, o presidente da companhia se mostrou bastante positivo quanto ao empreendimento, apostando na recuperação econômica do país após a pandemia.

A disputa resultou em uma arrecadação de cerca de 3,3 bilhões de reais para o governo, com potencial de geração de 6,1 bilhões de reais de investimentos para os próximos 30 anos.

Em resumo, o leilão foi uma ótima notícia para o Governo Federal, e talvez nem tanto para os acionistas da CCR, a depender da taxa interna de retorno (TIR) nos projetos.

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Leia mais sobre a empresa: CCR (CCRO3): Resultado do 4T20.

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