As vendas no e-commerce brasileiro na Black Friday 2021 apresentaram alta no faturamento de cerca de 5% em relação à 2020, totalizando R$ 4,2 bilhões, segundo dados divulgados pela NielsenIQ Ebit e Neostrust neste final de semana.
Considerando os valores reais, descontada a inflação, a alta nas vendas sofreu uma desaceleração, devido à elevação dos preços de bens duráveis de 11,65% em 12 meses. Já a quantidade de pedidos caiu 9% na comparação com o ano anterior, para 5,6 milhões.
O tráfego em lojas físicas subiu 1,6% na Black Friday, sendo considerado ainda um percentual tímido em relação à base fraca de 2020, quando as lojas estavam fechadas. Era esperado um tráfego de 5% a 10% na comparação com o ano anterior. Na comparação com 2019, a retração na circulação foi de 47,2%.
Já nos Estados Unidos foi observado um movimento de tráfego nas lojas físicas, porém uma queda nas vendas online.
E Eu Com Isso?
Segundo informações da Neotrust, as grandes varejistas como Magazine Luiza, Via e Americanas cresceram acima da média do mercado, assim como em todos os anos, apesar de ainda não terem sido divulgadas informações para comparação entre elas.
Já eram esperados números mais modestos nesta Black Friday por conta do aumento da inflação e da alta taxa de desemprego no país. Após o fraco desempenho na Black Friday, as varejistas passam a apostar nas vendas de Natal.
Esperamos, portanto, um impacto levemente negativo nas ações das principais varejistas como o Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (LAME4).
Outro ponto que explica números mais fracos é a forte base de comparação com o comércio eletrônico observado no ano passado, quando as vendas subiram 25% e conseguiram crescer dois dígitos em cima de bases fortes, o que não aconteceu dessa vez.
Isso pode ser explicado pelo fato de que no ano anterior, com o Auxílio Emergencial, havia mais dinheiro circulando na economia. O governo pagou parcelas de R$ 300 a R$ 600 de auxílio emergencial para mais de 60 milhões de brasileiros.
Entretanto, de lá para cá, o cenário macroeconômico apresentou uma piora, com a inflação aumentando e a taxa de juros subindo.
Por conta disso, foi observado um movimento de descontos menores pelas varejistas, com a inflação de eletrônicos apresentando uma alta de aproximadamente 25% no acumulado de dois anos.
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