Quando uma novidade deixa de ser novidade? Do ponto de vista do usuário, há quatro fases de adoção de algo novo.
Há os pioneiros, que são os entusiastas de qualquer novidade. Em seguida vêm os seguidores iniciais. Em seguida os seguidores tardios. E finalmente os resistentes, que deliberadamente evitam a nova tecnologia – até há alguns anos, todo mundo conhecia alguém que achava que banco pela internet era bobagem, bom mesmo era ir à agência para ter certeza de que a conta tinha sido paga.
Em geral, quando uma novidade deixa de ser aceita exclusivamente pelos pioneiros e passa a atrair seguidores iniciais, sua probabilidade de sucesso no mercado aumenta exponencialmente.
Ela deixa de ser algo para poucos e caminha para um uso mais amplo. Adquire massa crítica e a capacidade de atrair empreendedores, se consolidando e ganhando escala.
Por isso, a pergunta do começo deste texto parece retórica, mas sua resposta é essencial para os negócios.
Um bom exemplo dessa mudança de fase ocorreu no fim da semana passada, com a notícia de que a administradora de shopping centers brMalls (BRML3) fechou uma parceria com a empresa americana Coin Cloud, que opera caixas eletrônicos que permitem a compra e a venda de Bitcoins e outras criptomoedas, como Ethereum, Litecoin e XRP, entre outras.
Serão instalados caixas em 15 shoppings da administradora, localizados em nove cidades brasileiras.
Por quê essa notícia é relevante para o mercado de criptomoedas no Brasil?
Porque a adoção de caixas automáticos facilita a migração das criptomoedas de um ativo “de nicho” para um ativo financeiro mais próximo do dia a dia.
Se isso parece irrelevante, olhe em torno.
Provavelmente, você vai encontrar um familiar, um amigo ou um colega de trabalho que não se sente confortável em usar “esse tal de Pix”, apesar de o sistema de transferências do Banco Central (BC) ter inúmeras vantagens para o usuário, como ser instantâneo, gratuito e funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana.
Por isso, ao chegarem aos shoppings, a versão moderna da praça da matriz nas cidades brasileiras, os caixas automáticos de criptomoedas facilitam sua adoção por um número maior de clientes.
Há algumas ineficiências, como a necessidade de usar dinheiro em espécie (algo que vem perdendo popularidade rapidamente) para comprar, e ter de receber também em numerário ao receber.
Porém, essas barreiras logo deverão ser superadas.
Provavelmente, muitos desses novos usuários não vão se restringir aos caixas automáticos.
Passado o estranhamento inicial, eles vão baixar carteiras virtuais e aplicativos em seus celulares e passarem a acompanhar as cotações de Bitcoin e Ethereum, assim como seguem o comportamento do dólar ou as flutuações do Ibovespa.
E há boas razões para prestar atenção ao comportamento das criptomoedas.
Nesta segunda-feira (23), pela primeira vez desde maio, as cotações do Bitcoin superaram US$ 50 mil.
Apesar de uma leve baixa na manhã desta quarta-feira (24), a criptomoeda mais popular está cotada a US$ 49,3 mil, um patamar bastante superior aos US$ 33 mil de julho.
A migração das criptomoedas para fora do nicho garante essa sustentação nos preços.
E você sempre poderá contar com a análise de Fernanda Guardian, especialista em criptomoedas da Levante Ideias de Investimentos para saber o que está ocorrendo no mercado.
E Eu Com Isso?
A migração constante para setores tradicionais da economia e a liquidez elevada permitem prever uma trajetória de valorização mais sustentada para as criptomoedas, em especial o Bitcoin.
As notícias são positivas para o Bitcoin.
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