A semana está terminando como começou, com notícias da China provocando turbulências no mercado financeiro. A diferença, desta vez, é que a volatilidade está ocorrendo nas criptomoedas.
No fim do dia em Pequim, o Banco do Povo, o banco central chinês, divulgou um comunicado em sua página na internet. Resumidamente, o banco considerou que nenhuma criptomoeda, incluindo Bitcoin e Tether, tem valor legal e não pode circular na China.
O banco foi além e determinou que todas as transações com criptoativos, incluindo serviços prestados por “exchanges” de fora da China, passam a ser consideradas atividades ilícitas se realizadas por cidadãos chineses.
Os funcionários dessas exchanges poderão ser investigados. Outra determinação é que empresas de varejo eletrônico como Alibaba (BABA) não poderão prestar nenhum serviço relacionado a essas moedas.
Na prática, isso quer dizer que nenhum dos 1,4 bilhão de habitantes do país asiático poderá, legalmente, negociar criptomoedas, ainda que faça isso em exchanges de outros países. As proibições também incluem a mineração, atividade que até há poucos meses era liderada pela China. No primeiro semestre deste ano, a mineração foi proibida pelo governo, o que também agitou o mercado.
Não está claro como será a aplicação dessas regras, mas as cotações do Bitcoin caíram cerca de 5% nas primeiras horas da manhã no Brasil. Os preços do Ethereum recuaram ao redor de 7% e as cotações de moedas menos líquidas também foram afetadas.
A decisão do governo chinês é mais um passo na direção de banir as criptomoedas da economia, abrindo espaço para o renminbi digital. Essa moeda digital oficial é a grande aposta de Pequim para internacionalizar o mercado financeiro chinês.
A China não está isolada nesse caminho. Nos últimos meses, diversas autoridades fiscais e do mercado de capitais dos Estados Unidos têm defendido um aumento na fiscalização e a imposição de controles e até mesmo restrições. Essas mudanças devem agitar o mercado de criptoativos ao longo dos próximos dias.
Indicadores 1
A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) foi de 1,14% em setembro. Foi o maior resultado para este mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando o índice avançou 1,63%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este resultado é o maior em geral desde os 1,42% de fevereiro de 2016. No ano, o indicador acumula alta de 7,02%, e nos últimos 12 meses já ultrapassa os dois dígitos, registrando 10,05%.
Nos transportes, a alta dos combustíveis (3,00%) veio acima dos 2,02% de agosto. A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses.
Indicadores 2
O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) caiu 6,5 pontos em setembro, para 75,3 pontos, menor patamar desde os 72,1 pontos de abril de 2021.
Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 1,9 ponto, para 79,8 pontos, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas). Houve piora tanto na percepção dos consumidores sobre as expectativas em relação aos próximos meses e quanto em relação à situação atual.
E Eu Com Isso?
A semana está se encerrando com as cotações caminhando para baixo, tanto no mercado brasileiro quanto no americano.
A turbulência provocada pelas indefinições com relação à economia chinesa voltou a influenciar os preços, mas a sessão promete ser volátil.
As notícias são negativas para a bolsa em um cenário de volatilidade.
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