A Aliansce Sonae (ALSO3) divulgou nesta quarta-feira (20), após o fechamento dos mercados, os seus resultados referentes ao primeiro trimestre. Os números foram bastante afetados pela Covid-19, com descontos nos aluguéis dos lojistas em março, abril e maio, e com redução de custos de condomínio e promoção.
O resultado veio regular e em linha com as expectativas, com destaque para a contenção de custos e de despesas. A companhia apresentou dados operacionais somente até o dia 15 de março, período em que os shopping centers ainda estavam abertos. Mesmo assim, o desempenho de vendas mesmas lojas foi regular com crescimento de 3 por cento.
O destaque positivo foi a menor despesa financeira, que caiu 51,4 por cento devido à menor taxa de juros vigente e auxiliou no aumento de 82 por cento no lucro líquido no período. Além desta linha, o aumento na margem Ebitda de 69,5 por cento para 68,7 por cento também foi positivo.
Já o destaque negativo ficou por conta do aumento da inadimplência para 5,5 por cento (3,3 por cento no primeiro trimestre de 2019) e do aumento da vacância para 4,3 por cento.
Os números apresentados foram regulares e esperamos impacto neutro no preço das ações no curto prazo. Diante do cenário atual, são as notícias relacionadas à quarentena e a disseminação da Covid-19 que vem “fazendo preço” das ações de shoppings.
No ano as ações ALSO3 seguem pressionadas e registram forte queda de 52,6 por cento, desempenho inferior ao do Ibovespa que recua 29,7 por cento.
O custo operacional dos shopping centers foi reduzido em 20 por cento para se ajustar ao cenário da quarentena da Covid-19.
O Lucro Operacional dos Shoppings – medido pelo NOI – foi de 186 milhões de reais neste primeiro trimestre, registrando crescimento de 4 por cento na comparação anual, enquanto o reajuste no aluguel das mesmas lojas registrou alta de 6,9 por cento em comparação com o primeiro trimestre de 2019.
A partir desses números da operação, a empresa consolidou um Ebitda Ajustado de 153,2 milhões de reais no período, o que representa um incremento de 3,6 por cento na comparação com os três primeiros meses do ano passado, e ganhos de 0,8 pontos percentuais na sua margem Ebitda.
O lucro líquido ajustado por itens que não afetam o caixa (FFO) foi de 89 milhões de reais, 1,9 por cento acima no resultado apresentado no mesmo período do último ano.
Os resultados foram fortemente impactados pelo fechamento das suas unidades a partir de 15 de março. A companhia concedeu 50 por cento de desconto no aluguel de março e 100 por cento no de abril, medidas para atenuar a situação financeira dos lojistas, mas com impacto direto nos seus resultados do primeiro e até mesmo do segundo trimestres de 2020.
A companhia tem sólida posição de caixa de 1,5 bilhão de reais, com baixo nível de endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda de 0,9 vezes. Os vencimentos de dívida no curto prazo (12 meses) somam apenas 61 milhões de reais.
O catalisador das ações ALSO3 segue sendo a duração da quarentena nos grandes centros, bem como o ritmo de recuperação na confiança do consumidor e nas vendas do varejo físico.
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