A semana passada foi histórica para o Brasil. Depois de oito meses de tramitação, o texto final da reforma da Previdência foi finalmente aprovado e deverá ser promulgado pelo Congresso Nacional no início de novembro.
Ao longo dos próximos dez anos, a Nova Previdência deverá gerar uma economia fiscal de cerca de 800 bilhões de reais. Como consequência, o Índice Bovespa bateu sucessivos recordes históricos nos últimos dias. Chegou a 108 mil pontos e acumula uma valorização de 22,4 por cento em 2019.
A pergunta de um bilhão de dólares é: até quanto pode subir o Índice Bovespa? A primeira leitura é que o Ibovespa parece estar barato, e o momento é bastante oportuno para investir na bolsa de valores.
O cenário macroeconômico
Primeiramente irei falar do tripé econômico. Ele se apresenta benigno. A inflação está sob controle, a taxa de juros referencial Selic está em queda e tanto o emprego quanto a renda mostram sinais de recuperação.
A inflação medida pelo IPCA-15 nos últimos 12 meses caiu para 2,72 por cento ao ano até 15 de outubro de 2019. As projeções dos economistas que constam do mais recente boletim Focus, do Banco Central (BC), indicam uma Selic de 4,5 por cento ao ano em dezembro de 2019. Alguns bancos reduziram sua projeção para 4 por cento ao ano. Isso é algo que eu NUNCA vi em meus 20 anos de mercado financeiro.
A geração formal de postos de mercado de trabalho atingiu 762 mil vagas em 2019 no acumulado até setembro, sendo 211 mil vagas apenas em setembro. Além da queda no desemprego, houve uma pequena melhora na renda disponível das famílias.
Desta vez é diferente
Em 2015 e 2016, a economia brasileira registrou uma queda acumulada no Produto Interno Bruto (PIB) de 7 por cento. O desemprego medido pelo IBGE chegou a um recorde de 13,7 por cento em maio de 2017, com a desocupação de mais de 13 milhões de pessoas que integram a força de trabalho. Isso significou a maior recessão da história do País desde a depressão econômica dos anos 1930.
Agora, tudo mudou. A economia brasileira deve registrar um crescimento acumulado de cerca de 5 por cento entre 2017 e 2020, com o crescimento esperado de 2 por cento em 2020.
A reversão de uma queda de 7 por cento para um crescimento de 5 por cento em um período de apenas sete anos é um evento muito peculiar, que terá um impacto muito grande nos lucros das empresas.
Índice Bovespa: recuperação do grau de investimento
As reformas são muito importantes para manter o nível de endividamento público estável em relação ao PIB. Duas delas já foram aprovadas no Congresso Nacional. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos públicos, aprovada ainda no Governo Michel Temer, e a PEC da reforma da Previdência, aprovada pelo Senado na terça-feira, 22 de outubro.
Ainda faltam as reformas tributária e administrativa, mas a máquina estatal não corre mais o risco de parar, no curto prazo, devido à ausência de recursos. Portanto, acredito que o Brasil deve recuperar o grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco no segundo semestre de 2020.
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