Dentre os diversos tipos de ações disponíveis para negociação em Bolsa, as ações ordinárias e preferenciais são as mais conhecidas no mercado. Saber diferenciar entre uma e outra, antes de tomar uma decisão de investimento, é importante para que se alcance o objetivo da alocação.
Desse modo, como, nos últimos tempos, cada vez mais pessoas têm ingressado na Bolsa de Valores (B3), preparamos este artigo para esclarecer possíveis dúvidas acerca das particularidades das ações ordinárias e preferenciais.
Abaixo, explicaremos cada uma delas , ressaltando suas particularidades e listando alguns dos principais ativos disponíveis, em ambas as categorias, na Bolsa brasileira.
Boa leitura!
O conceito das ações ordinárias e preferenciais
O mercado brasileiro de investimentos tem duas categorias principais de ações: as ordinárias (ON) e as preferenciais (PN). Além de apresentarem tickers — código do ativo — diferentes, elas também podem apresentar diferenças de preço entre si, mesmo que sejam da mesma empresa.
Desde que uma empresa seja integrante do Novo Mercado — o mais alto nível de governança corporativa da B3 —, ela está autorizada a emitir as ações ordinárias – além, é claro, das preferenciais. Um exemplo disso é o Itaú, que disponibiliza ações ON (ITUB3) e PN (ITUB4) para quem deseja investir nele.
Ambas as categorias oferecem diferenciais exclusivos para quem investe, cabendo ao investidor decidir o melhor tipo de ação de acordo com sua estratégia de investimento. Sem grandes pormenores, as diferenças entre as ações ordinárias e preferenciais podem ser resumidas em duas questões: o direito a voto e o recebimento de dividendos.
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Principais diferenças entre ações ordinárias e preferenciais
Agora que você reconhece que existe essa distinção no mercado brasileiro de investimentos, chegou a hora de falarmos, na prática, sobre as principais diferenças entre esses tipos de ações.
Direito a voto
Apenas as ações ordinárias garantem aos acionistas o direito a voto em assembleias. Isso significa que investir em uma ação ordinária é, efetivamente, comprar o direito de participação nos rumos da empresa, principalmente se você pretende expandir sua exposição na companhia (por meio da compra de mais ações) de maneira considerável.
Esse é um diferencial relativo, visto que não são todos os investidores que o enxergam como uma vantagem. Afinal, muitas pessoas se posicionam em uma ação apenas porque identificaram uma boa oportunidade de entrada ou pelo fato de pretenderem, a longo prazo, obter uma boa rentabilidade com os papéis – ou, até mesmo, garantir bons dividendos. Não são todos os acionistas que desejam ativamente fazer parte da companhia.
Dividendos
As ações preferenciais, por sua vez, garantem prioridade no recebimento de dividendos (proventos). Em suma, os dividendos – assim como os Juros sobre Capital Próprio (JCP) – representam a distribuição de parte dos lucros da empresa em determinado período. Na Bolsa, existem empresas que distribuem dividendos e outras que não.
Então, para aqueles que desejam receber, periodicamente, proventos, as ações preferenciais são as mais recomendadas. Ademais, as ações preferenciais também garantem prioridade no reembolso do capital.
Porém, atente-se, caso seus objetivos se encaixem nas prioridades oferecidas por esse tipo de ação, a dois pontos: verifique se a companhia em que pretende investir tem um bom histórico de distribuição de proventos e, principalmente, se ela distribui, devidamente, parte dos seus lucros aos acionistas.
Elegibilidade
Novamente, voltamos a um diferencial das ações ordinárias. Tecnicamente, apenas as empresas integrantes da classificação Novo Mercado estão habilitadas a emitir ações ordinárias.
A classificação Novo Mercado é um conceito que merece uma atenção especial, pois apenas as empresas que atendem a um conjunto rigoroso de critérios são incluídas nessa classificação. Em suma, apenas as empresas que comprovam o mais alto nível de governança corporativa podem participar desse grupo.
Liquidez
No mercado financeiro, liquidez é uma expressão que remete, sumariamente, à facilidade de conversão de um ativo em caixa. Ou seja, é a capacidade de transformação de uma ação, por exemplo, em dinheiro. Sendo assim, uma ação com boa liquidez é um ativo de fácil negociação, pois, geralmente, existem amplas ofertas e demandas por esse papel.
Comparativamente, as ações preferenciais apresentam maior liquidez no mercado, tanto por existirem em maior número como por atraírem um número maior de investidores de prazos médio e longo. Sendo assim, é comum que as ações PN sejam mais fáceis “de comprar e de vender”” no mercado.
No entanto, essa é uma diferença bem sutil. Se as ações ordinárias da empresa em que você está pensando em investir forem populares no mercado, você não terá nenhuma dificuldade em negociar tais papéis.
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Ticker
Por último, e como já citado anteriormente, os tickers representam uma diferença “gráfica”. Na Bolsa brasileira, as ações preferenciais são acompanhadas pelo número 4 ao final do ticker (por exemplo: PETR4). Já as ações ordinárias são acompanhadas pelo número 3 (por exemplo: PETR3).
Exemplos de ações ordinárias e preferenciais
Como exemplos de empresas que têm ações ordinárias e preferenciais, temos: a Petrobras (PETR3 e PETR4), o Itaú (ITUB3 e ITUB4), o Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e muitas outras. Em essência, grande parte das empresas constituintes do Novo Mercado emite papéis nas duas modalidades. No fim das contas, o que realmente importa é identificar o potencial do ativo, além de analisar se ele condiz com sua estratégia de investimento e com seus objetivos.
Abaixo, seguem alguns exemplos das ações preferenciais e ordinárias mais famosas do mercado. Primeiro, as ordinárias (ON):
- ABEV3 – AMBEV S/A;
- BBDC3 – BRADESCO;
- BEEF3 – MINERVA;
- CYRE3 – CYRELA;
- GNDI3 – INTERMEDICA;
- HAPV3 – HAPVIDA;
- JBSS3 – JBS;
- Entre outras.
Agora, as preferenciais (PN):
- BBDC4 – BRADESCO;
- CMIG4 – CEMIG;
- GGBR4 – GERDAU;
- LAME4 – LOJAS AMERICANAS;
- VIVT4 – TELEFÔNICA BRASIL;
- GOLL4 – GOL;
- Entre outras.
Como escolher entre as ações ordinárias e as preferenciais
Em suma, a escolha entre os dois tipos de ações é sempre muito pessoal, pois envolve seus objetivos futuros e suas perspectivas diante do investimento.
Caso, por exemplo, você queira montar uma carteira para poder obter dividendos (proventos) periodicamente – e com preferência nesse recebimento -, as ações preferenciais serão sempre as melhores opções. Agora, caso você queira ter uma participação ativa na empresa, tendo uma parcela considerável de seu capital (isto é, tendo uma quantidade considerável de ações dela), a melhor opção são as ações ordinárias. De resto, tudo dependerá muito de sua estratégia de investimentos.
Como as empresas que emitem ações ordinárias fazem parte do Novo Mercado, elas – por voluntariamente adotarem práticas rígidas de governança corporativa –, podem ser mais bem vistas pelo mercado. Isso, a alguns, pode representar um bom fator de investimento. Lembrando que, em suma, muitas empresas que emitem ações ordinárias também possuem ações preferencias. Ou seja, novamente, caímos na questão do parágrafo anterior: a decisão entre ações ordinárias ou preferenciais, principalmente, se dá pela avaliação dos fatores de distribuição de proventos e de participação em assembleias.
Por fim, analise bem o seu perfil de investidor e seus objetivos antes de, devidamente, investir. Esperamos que este artigo tenha ajudado você a compreender melhor as ações ordinárias e preferenciais.
Caso você tenha alguma dúvida sobre o assunto, deixe seu comentário abaixo. Estamos sempre prontos para ajudá-lo.