Empurrando com a barriga
Há duas semanas atrás, o FED anunciou a intenção de manter as taxas de juros em patamares baixos. Dessa forma, o banco central americano deu um sopro de alívio na perspectiva de crescimento da economia mundial e principalmente nos mercados emergentes. Como discutido neste espaço na ocasião, taxas de juros mais altas nos EUA atrairão maior fluxo de capital para o dólar. Pois, estrangulando governos e países em desenvolvimento que aproveitaram os 10 anos de juros baixos e emitiram, sem dó, dívidas em moeda ianque.
O otimismo observado na ocasião, aliado à esperanças de um acordo tarifário róseo e harmonioso entre EUA e China, retardou o movimento de consolidação e queda das bolsas internacionais.
No entanto, e na contramão da política de juros baixos, observamos as moedas dos países emergentes perderem valor frente ao dólar. Peso argentino, lira turca, rand sul-africano e real brasileiro, mesmo rendendo juros mais altos do que a moeda americana, vêm sofrendo baixas. Talvez o mercado internacional tenha despertado para o fato de que essas economias têm dificuldades de aprovar suas prometidas reformas profundas e restruturantes, e que mais uma vez aproveitarão mais esta colher-de-chá do FED para empurrar o dever de casa com a barriga.
E Eu Com Isso?
Trabalhamos com a hipótese de que o fluxo de capital internacional em direção ao dólar ainda não terminou, e que poderemos ver novos movimentos de desvalorização das divisas emergentes, salvo as exceções dos países que fizerem as reformas da forma correta e certa. Com isso, surgem muitas oportunidades que devem ser aproveitadas