Em uma das primeiras entrevistas após algum tempo sem aparições públicas, o ex-presidente Lula adotou um tom mais moderado nesta quarta-feira (19) e agradou os mercados, dando fôlego ao Ibovespa e ao dólar em meio aos pregões internacionais negativos.
Ao conceder coletiva a jornalistas de sites ideologicamente alinhados à esquerda, Lula afirmou que não teria nenhum problema em formar uma chapa presidencial com o ex-tucano Geraldo Alckimin de vice e que terá, caso seja eleito, de dialogar com todo o espectro político – “até mesmo com a centro-direita”.
Desde meados de outubro de 2021, o petista tem flertado com o ex-governador do estado de São Paulo, que deixou o PSDB após divergências internas e impossibilidade de concorrer novamente ao cargo de governador. Dentre os quadros internos do PT, há fortes resistências, mas a possibilidade de Alckmin ser vice de Lula depende mais da decisão do próprio presidenciável e, também, da filiação do ex-tucano a algum partido que esteja na coalizão do PT.
Além disso, Lula também apontou que tem mantido conversas frequentes com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e que há a possibilidade de “construir alguma coisa juntos” do ponto de vista político-eleitoral. O mesmo vale para o Solidariedade e seu presidente, Paulinho da Força (SP).
E Eu Com Isso?
Apesar de não ter acenado explicitamente para o mercado financeiro em seu discurso, Lula buscou moderar seu discurso e tratar de modo pragmático possíveis alianças com o centro e a centro-direita.
No diagnóstico do ex-presidente, o candidato que herdar a cadeira do Planalto em 2023 terá um desafio dramaticamente maior do que em 2003 e, portanto, faz-se necessário construir uma ampla base de apoio no Congresso e gerar consensos para destravar uma agenda de recuperação econômica e combate à pobreza.
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