A BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou na manhã desta terça-feira (18) que seus acionistas aprovaram o aumento de capital (follow-on) pretendido pela empresa. A oferta consiste na emissão de até 325 milhões de ações, podendo levantar entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões para a companhia.
Na assembleia, a aprovação dos acionistas para a realização da oferta foi de 80%. Votando contra o aumento de capital está o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o fundo Petros – representado pelo ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Marcelo Trindade – que possui 7,01% da BRF.
Além do voto contrário, Marcelo anexou ao voto seu parecer argumentando que o follow-on não se enquadra nas exceções de poison pill, mecanismo de proteção da companhia a seus acionistas minoritários que obriga que o comprador realize uma oferta de compra a todos os acionistas após atingir certa participação na empresa. No caso, a marca de 33,33% pela Marfrig, que detém atualmente 33,2% da BRF.
E Eu Com Isso?
Após a contestação de Marcelo Trindade, o aumento de capital se torna mais incerto. Pelo tamanho da oferta, cerca de R$ 7,6 bilhões considerando o fechamento de ontem, esperava-se que a Marfrig seria a principal compradora, aumentando sua posição na empresa.
Porém, caso a Marfrig não queira arriscar entrar na briga, havendo a possibilidade de realizar uma OPA (o que custaria cerca de R$ 5 bilhões), o máximo de ações que a empresa pode comprar no follow-on sem aumentar sua participação é 33%, ou R$ 2,5 bilhões. Dessa forma, ainda restariam mais de R$ 5 bilhões que devem ser alocados pelo mercado.
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