Os mercados vão retomando a tração após a pausa da virada do ano. Nesses momentos, além do trabalho diário de tentar medir o humor geral, os investidores prestam atenção aos indicadores econômicos. Isoladamente, poucos indicadores são importantes. No entanto, considerados em conjunto, eles podem ter uma influência razoável sobre os preços. E os números que foram divulgados na manhã desta terça-feira (04) mostram que pode haver motivo para otimismo.
Começando pela China. Na madrugada desta terça-feira, o instituto de pesquisa Caixin divulgou o índice dos gerentes de compras (Purchase Managers Index, PMI), de dezembro. O indicador subiu para 50,9 pontos no último mês de 2021, o maior nível desde junho do ano passado, após ter registrado 49,9 pontos em novembro.
Nesse indicador, que vai de zero a 100, resultados superiores a 50 indicam uma economia em expansão. Segundo a agência de notícias Reuters, a expectativa para o PMI Caixin de dezembro era de 50 pontos.
O que melhorou o resultado foi uma recuperação da oferta de produtos, que só foi possível devido à redução das restrições. O aumento dos preços de matérias-primas, que pesou sobre o setor, mostrou alívio recentemente em meio a esforços do governo para aumentar a oferta e estabilizar os preços.
Porém, a demanda interna chinesa também colaborou. Já as exportações, sempre um dos pilares da economia da China, colaboraram menos. As cadeias internacionais de comércio ainda permanecem um pouco travadas devido ao impacto da covid-19 em outros países e ao crescimento dos custos de logística por causa da escassez de contêineres.
Não foram apenas os números chineses que surpreenderam positivamente. Na Alemanha, as vendas no varejo aumentaram inesperadamente em novembro e atingiram o maior nível do ano. Isso ocorreu apesar de o governo ter renovado as restrições impostas pela Covid.
Segundo o Escritório Federal de Estatísticas, as vendas no varejo subiram 0,6% em novembro em termos reais. A projeção era de uma queda de 0,5%. A Alemanha proibiu a entrada de pessoas não vacinadas em estabelecimentos não essenciais. No acumulado de 2021, as vendas cresceram 0,9% em termos reais e 3,1% em termos nominais, atingindo máximos históricos apesar das restrições às visitas não essenciais às lojas.
A chamada regra 2G, que permite o acesso apenas a pessoas vacinadas ou recuperadas, afetou as vendas de Natal. A rápida disseminação da variante Ômicron agora parece estar prejudicando as perspectivas para os varejistas no início de 2022 também. Altas taxas de infecção durante a quarta onda de coronavírus na Alemanha, desencadeada no segundo trimestre do ano passado pela variante Delta, já haviam resultado em restrições para varejistas e prestadores de serviços.
O instituto alemão de pesquisa de mercado GfK disse no mês passado que o moral do consumidor se deterioraria ainda mais com a pandemia e o aumento da variante Ômicron levando a economia à beira da recessão.
O instituto Ifo informou esperar que a economia alemã encolha 0,5% no quarto trimestre de 2021 e permaneça estável nos três primeiros meses de 2022. Isso traria a Alemanha perto de uma recessão técnica, definida como dois trimestres consecutivos de contração. Por isso a surpresa com o indicador de novembro, divulgado nesta terça-feira.
E Eu Com Isso?
Os indicadores positivos na China e na Alemanha animaram os pregões. Os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão iniciando a terça-feira em alta, com uma valorização mais expressiva do Ibovespa, que caiu durante a segunda-feira.
As notícias são positivas para a Bolsa.
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