O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem alertado para o risco de descontrole das contas públicas e disparo da inflação caso um reajuste maior, no funcionalismo público, seja concedido ainda em 2022.
A crescente mobilização dos servidores pelo aumento – após destinação de verba reduzida a algumas categorias do âmbito da União – tem gerado o conhecido “efeito cascata” nos entes subnacionais, além de pressão de outras categorias do próprio Executivo federal.
Há receio, por parte da equipe econômica, que os recordes de arrecadação em estados e municípios tornem ainda mais fáceis as concessões de reajuste, o que virtualmente corroeria todos os ganhos fiscais recentes.
Em mensagens internas que circulam na Esplanada e no Planalto, Guedes enfatizou sua preocupação com um novo desarranjo fiscal e inflacionário proveniente de reajustes generalizados. Nesse sentido, o ministro também apontou a necessidade de não ceder nenhum reajuste para além do R$ 1,7 bilhão previsto no Orçamento de 2022.
Em um cenário ideal, a equipe econômica gostaria de ver a concessão de reajustes salariais, congelados em 2020 e 2021 em função do aumento de gastos com a pandemia de Covid-19, apenas em contrapartida à reforma administrativa, que, segundo os cálculos da pasta, economizaria R$ 30 bilhões por ano para os cofres públicos. A base eleitoral do atual governo, porém, pesou mais na decisão de conceder algumas correções pontuais ao funcionalismo público.
E Eu Com Isso?
Alertamos para o risco de aumentos nos salários de servidores ainda no início deste quarto trimestre, em meio às discussões sobre a abertura de espaço fiscal em decorrência da PEC dos Precatórios.
Com virtual folga no orçamento – e, inicialmente, sem nenhum tipo de monitoramento dos mercados – foi possível destinar parte da verba orçamentária para algumas categorias, sob o risco deste valor aumentar ainda no ano que vem (ainda que a origem dos recursos não esteja clara).
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