Desde o fim de 2019, a China tem sido onde tudo acontece antes quando o assunto é medidas econômicas para compensar os efeitos da pandemia. E a semana passada não foi exceção. No sábado (25), enquanto a maioria do mundo ocidental comemorava o Natal, o BPC (Banco do Povo da China), o banco central chinês, divulgou novas medidas.
O BPC informou que dará mais poio à economia real e também informou que tornará a política monetária mais definida e previsível. Segundo um comunicado do BPC, haverá um uso mais “proativo” de ferramentas de política monetária. Além dos instrumentos clássicos de política monetária haverá um emprego intensivo de unções quantitativas e estruturais para ajustar a liquidez e implantar políticas setoriais.
O banco central também reiterou seus objetivos de promover o crescimento “saudável” do setor imobiliário e de proteger os direitos dos compradores de casas, bem como trabalhar para atender melhor à demanda por imóveis.
O BPC até agora adotou uma abordagem moderada ao estímulo monetário, mas aumentam as expectativas de que fará mais em 2022, especialmente se os problemas do mercado imobiliário e a desaceleração do consumo privado continuarem.
Muitos bancos centrais, incluindo o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vêm apertando a liquidez e elevando juros. Se o BPC seguisse afrouxando a liquidez, o desbalanceamento poderia provocar uma pressão de baixa sobre o renminbi.
Os formuladores de políticas reiteraram que manterão a liquidez razoavelmente ampla e tornarão o crescimento do crédito mais estável. O PBOC também manterá estável o índice dívida / produto interno bruto de modo a estabilizar a economia. Para o governo, a economia chinesa está enfrentando três choques: queda da oferta, queda da demanda e piora das expectativas.
Para suavizar esses problemas, no início de dezembro, o BPC reduziu os depósitos compulsórios de modo a injetar 1,2 trilhão de renminbis (US$ 188 bilhões) na economia, e permitiu que os bancos reduzissem a taxa básica de juros em cinco pontos base. Naquele momento, o banco central chinês também reduziu os juros para o programa de empréstimos para as pequenas empresas.
Agora o BPC foi além e informou que vai criar programas de empréstimo para pequenas empresa e para financiar a redução de emissões. Os bancos serão incentivados a conceder mais empréstimos para as indústrias, empresas de pequeno porte e projetos ecologicamente sustentáveis.
A avaliação é que o BPC deverá prosseguir no afrouxamento da política monetária em 2022, incluindo novos cortes nos depósitos compulsórios e, possivelmente, uma redução nas taxas de juros, já que a desaceleração do setor imobiliário deve desacelerar o crescimento no ano que vem. As medidas podem incluir uma política fiscal ativa, para impulsionar o crescimento e os investimentos em infraestrutura.
Relatório Focus
Na última edição de 2021, o Relatório Focus do BC (Banco Central) mostra poucas alterações nas perspectivas para 2022. A única diferença foi que o crescimento esperado da economia voltou a cair. A variação prevista do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano que se inicia em breve recuou para 0,42%, ante 0,50% na edição anterior e 0,58% há quatro semanas. A projeção de crescimento para 2023 também recuou, caindo para 1,80% ante 1,85% na semana passada.
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam o primeiro pregão da última semana do ano com uma leve alta.
As notícias são positivas para a Bolsa.
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