Uma notícia veiculada na mídia na última terça-feira mostra que as incorporadoras começam a ligar o sinal de alerta e concordar com a nossa visão setorial, a qual já expusemos diversas vezes aos nossos assinantes. O ano de 2022 deve ser de encolhimento do setor, com a inflação e juros em alta reduzindo drasticamente o poder de compra da população, na avaliação das construtoras.
Entretanto, as companhias não acreditam que o cenário de 2007-2014 se repetirá, executivos afirmam que a crise do Covid tende a ser menos acentuada do que as que seguiram o último ciclo de alta. O presidente da Even, Leandro Melnick, afirma que os juros tão altos e os custos de construção pegaram o setor de surpresa, mas que o setor deve se recuperar em dois ou três anos.
O segmento que mais deixou trauma no setor na última recessão foi o de média-alta renda, uma vez que não há a questão do déficit habitacional tão severo como nas de baixa e não havia o suporte do programa Minha Casa Minha Vida.
No atual momento, parece que as classes mais altas tinham uma demanda reprimida maior e estão conseguindo passar a crise de maneira mais “tranquila”.
Olhando para o setor de baixa renda, o presidente da MRV, Eduardo Fischer, afirma que mesmo com o encolhimento desse segmento, com a inflação corroendo grande parte da renda dessa parcela da população (vale ressaltar que a carga elevada dos impostos em produtos destrói a renda das camadas mais pobres em um cenário de inflação) ainda há a possibilidade de financiamento pelo FGTS, e ainda há a questão do déficit habitacional. O que ele espera é que os custos de produção afastem as menores empresas do mercado.
E Eu Com Isso?
O setor imobiliário passou por uma grande crise entre os anos de 2014-2018, por conta da crise fiscal no país, que afetou empresas importantes do setor, como a GFSA3, PDGR3, TCSA3 e HBOR3.
No entanto, desde 2019 vimos um aquecimento muito acelerado, que resultou em um boom de lançamentos que continuou pelo menos até o 3T21.
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