A volatilidade e as condições mais adversas do mercado devem atrasar a venda da participação da Novonor (antiga Odebrecht) e da Petrobras (PETR4) na Braskem (BRKM5).
Ambas as companhias buscam alienar suas participações na petroquímica, tendo a Novonor contratado o banco Morgan Stanley para buscar a melhor maneira de realizar a venda.
A Novonor está em recuperação judicial e a venda de sua participação é uma exigência do plano de recuperação. Seus credores possuem cerca de R$ 14 bilhões para receber, e as ações da Braskem estão em garantia. A participação da companhia na empresa é de 38,3%, sendo avaliada atualmente em cerca de R$ 13,9 bilhões.
Já a Petrobras possui 36,1% da Braskem, com sua participação sendo avaliada em cerca de R$ 13,2 bilhões. Em comunicado divulgado ao mercado na noite de segunda-feira (22), a estatal afirmou que segue realizando estudos para determinar a melhor estrutura para a transação, e não há qualquer definição sobre o assunto até o momento.
E Eu Com Isso?
A expectativa para a conclusão da operação estava prevista para o ano de 2022, porém, tornou-se mais incerta devido ao péssimo momento do mercado. A notícia é levemente negativa para todas as companhias envolvidas.
No caso da Braskem, a venda tiraria uma pressão vendedora (overhang) sobre o papel, aumentaria sua liquidez, e ainda deixaria de ter dois acionistas “problemáticos” como referência.
Em 2019, a companhia quase foi vendida para a gigante Lyondellbasell, mas a crise com o afundamento dos bairros em Alagoas afastou a empresa.
Mesmo assim, as ações BRKM5 se valorizaram mais de 100% no ano, sendo beneficiadas pelo bom momento do setor, reflexo dos preços mais altos.
Para a Petrobras, a venda segue em linha com seu plano estratégico de vender ativos não estratégicos, reduzindo sua alavancagem e investindo em seu core business, a exploração e produção de petróleo no pré-sal. Uma venda nessa magnitude ainda pode acarretar mais dividendos distribuídos aos seus acionistas.
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