Na noite da última sexta-feira (15), um grupo investidores da Omega Geração (OMGE3) se uniu e encaminhou uma carta ao Conselho de Administração para questionar os termos da proposta de incorporação da Omega Desenvolvimento (Omega D), que é a unidade de projeto e implantação de novos ativos renováveis (solares, eólicos, hidráulicos), da Omega. A carta foi divulgada pela Omega no sábado (16), onde constam a assinatura dos fundos Compass, Aberdeen, Squadra, Icatu, IP Capital, Oceana, Larus, Truxt e Verde Asset, que juntos, detém 28,6 por cento de participação das ações da Omega (OMGE3).
Em carta, os investidores pedem uma nova reavaliação do valuation da Omega Geração e da Omega Distribuição, com o objetivo de atingir uma participação ainda maior dos atuais detentores da Omega (OMGE3) na nova empresa de 83,09 por cento, informando ainda que não aprovarão o negócio caso as novas condições não sejam atendidas. As condições da incorporação já foram revisadas recentemente, atendendo aos pedidos dos minoritários que ficariam inicialmente com 74,35 por cento da nova empresa, passando para um percentual de 80 por cento após a revisão divulgada no início do mês de outubro.
Na avaliação dos minoritários, a atual relação de troca não traz o valor correto da OG, bem como não incorpora os desafios que surgirão com a combinação de negócios com a OD. O grupo de acionistas reconhece que a proposta revisada da transação divulgada via Fato Relevante no dia 07 de outubro apresenta evoluções se comparadas com a proposta inicial, porém, ainda assim não é o suficiente para possibilitar a aprovação na Assembleia de Acionistas Extraordinária marcada para o dia 28 de outubro de 2021.
E Eu Com Isso?
A notícia é levemente negativa para Omega (OMGE3) devido ao impasse em torno da avaliação financeira da Omega G e da Omega D, cujo potencial reside principalmente em projetos em fase de desenvolvimento sem PPAs contratados, ou seja, com um risco maior que projetos maduros. O grupo de acionistas considerou ainda que a avaliação da OD e seu portfólio de projetos a serem desenvolvidos desconsidera os muitos desafios relacionados à construção de usinas greenfield no Brasil, principalmente para os projetos em estágios iniciais.
Ainda segundo informado pelos acionistas via carta ao Conselho de Administração, a combinação de negócios implicaria em uma diluição dupla para os acionistas da OG, que se veriam obrigados a emitir novas ações no mercado para colocar todos os projetos de pé. A combinação de negócios entre a Omega G e a Omega D é uma alternativa estratégica para a OMGE3, de forma que, se realizada de forma equitativa para ambas as partes, pode contribuir para a criação de uma empresa ainda mais resiliente e preparada para explorar as oportunidades do segmento de energias renováveis.
O Conselho da Omega informou que irá repassar a carta aos acionistas da Omega D e reforçou a responsabilidade dos minoritários que têm poder de veto na operação, de colocarem os interesses da Omega Geração em primeiro lugar. Tanto a Omega G quanto a Omega D possuem os mesmos controladores, que detém cerca de 37 por cento da Omega G. Os controladores não votarão na assembleia que avaliará a incorporação que ocorrerá no dia 28 de outubro, de forma que o grupo de minoritários em questão tem poder para barrar a transação. Uma decisão favorável aos acionistas minoritários em assembleia deve se traduzir em uma valorização em suas ações no curto prazo, enquanto uma decisão contrária terá o efeito oposto.
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