Nesta quinta-feira (15), o Magazine Luiza (MGLU3) anunciou, pouco antes da abertura do mercado, três fatos relevantes diretamente associados.
Em primeiro lugar, foi anunciada a aprovação da realização de uma oferta pública de distribuição primária (follow-on) de 150.000.000 de ações com possibilidade de um lote adicional de mais 50.000.000 de ações.
Dessa forma, e a julgar pelo preço de fechamento do dia 14 de julho de R$ 22,93, a captação chegaria a R$ 3,4 bilhões ou R$ 4,6 bilhões considerando o lote adicional.
A companhia também anunciou a celebração de acordo de compra e venda de ações junto a KaBuM!, a maior plataforma de e-commerce de tecnologia e games do Brasil.
Nos últimos 12 meses, a receita bruta da companhia foi de R$ 3,4 bilhões e lucro líquido de R$ 312 milhões.
A estrutura de pagamentos do acordo será composta de três etapas: a primeira com o pagamento de caixa e 75 milhões de ações e a outra até janeiro de 2023, com pagamento em mais 50 milhões de ações, condicionado a metas.
Por fim, a companhia anunciou o seu plano de expansão de infraestrutura logística para os próximos 2 anos, projetando abertura de novos centros de distribuição (CDs), cross-dockings e de lojas físicas.
Em resumo, o Magazine Luiza espera expandir a sua área total de lojas destinadas à armazenagem e demais ativos logísticos em aproximadamente 69% até o final de 2023.
E Eu Com Isso?
O conjunto de anúncios realizados animou o mercado em relação aos resultados futuros da companhia, com 3 ações ousadas e interligadas, de modo que não deixou nenhuma ponta de dúvida sobre os motivos do aumento de capital da companhia, que atualmente possui posição de caixa confortável.
Ontem, as ações da companhia (MGLU3) fecharam em alta de mais de 3%, aumentando o potencial de injeção de capital no follow-on para até R$ 4,8 bilhões, contando com o lote adicional.
Mesmo com essa alta forte, ainda enxergamos um potencial de alta adicional no curto prazo, principalmente pelo valor intrínseco adicionado à companhia com a aquisição da Kabum!.
Segundo nossos cálculos, o Magalu fechou a transação da Kabum! com um múltiplo implícito de 1,1 vezes o EV (Valor da Firma) por Receita Bruta – EV/Receita e cerca de 12,4 vezes o Preço/Lucro, considerando o fechamento das cotações das ações MGLU3 antes do anúncio dos Fatos Relevantes.
Atualmente, o Magalu negocia a um pouco mais de 3,7 vezes o EV/Receita, de modo que ainda há uma adição de valor intrínseco em torno de 8,7% em relação ao Valor de Mercado da Magalu pré-anúncio e, com a alta de 3,45%, ainda haveria uma lacuna de alta para ser preenchido.
A companhia vem fazendo movimentos de aquisições pequenos, porém frequentes, adicionando cada vez mais tecnologia e capital humano importantes para a eficiência e evolução de sua plataforma digital e, agora, entra em um mercado fortemente promissor e em franco crescimento no mundo todo: o mercado de games e equipamentos eletrônicos voltados para o universo dos jogos, onde a Kabum! nada de braçada.
O Magazine Luiza é um dos raros casos de investimento no Brasil que podemos considerar como formador de um “ecossistema” de varejo e transformação digital no país.
A empresa ainda se encontra em momento operacional, de crescimento saudável (margens um pouco baixas, mas com potencial alto de expandir no longo prazo) e situação financeira confortável (baixa dívida líquida/Ebitda).
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