Esta terça-feira marcará o início da temporada de resultados das companhias abertas americanas referentes ao segundo trimestre do ano.
Até agora, os números previstos para esta manhã vieram acima do esperado.
A PepsiCo (PEP.O) divulgou um resultado do segundo trimestre de US$ 1,72 por ação, 12,4% acima das expectativas, que eram de US$ 1,53 por ação.
Mais do que isso, a gigante de bebidas e salgadinhos elevou em 11% a projeção (“guidance”) de crescimento dos resultados para o ano completo de 2021.
Foi o suficiente para que suas ações subissem cerca de 2% no pré-mercado.
Além da Pepsi, dois grandes bancos divulgaram resultados.
O JP Morgan Chase divulgou um lucro líquido de US$ 11,9 bilhões (R$ 61,5 bilhões) no segundo trimestre.
Isso representa um lucro por ação de US$ 3,78, um resultado 17,7% acima das expectativas, que eram de US$ 3,21 de lucro por ação.
O resultado do Goldman Sachs (GS) também surpreendeu.
O maior dos bancos de investimento dos Estados Unidos divulgou um faturamento de US$ 15,4 bilhões (R$ 79,6 bilhões) no segundo trimestre, 26,2% acima das expectativas, que eram de UIS$ 12,17 bilhões.
O lucro por ação foi de US$ 15,02, 46,6% acima das expectativas, que eram de US$ 10,24 de lucro por ação.
No caso do Goldman Sachs, o que ajudou a turbinar os resultados foi o aquecimento do mercado de bancos de investimento.
A atividade aquecida de fusões e aquisições, em que a baixa taxa de juros e a liquidez elevada favoreceram a alavancagem das empresas, melhorou os resultados do banco.
Além disso, a instituição financeira reverteu US$ 3 bilhões em provisões para inadimplência que haviam sido estabelecidas no ano passado devido aos temores quanto à pandemia.
E esse movimento de reversão de provisões deve prosseguir nos próximos trimestres.
O que esses resultados mostram?
O mais importante é o impacto da recuperação da economia sobre os números das companhias abertas americanas.
O exemplo da Pepsi é emblemático.
A companhia justificou a elevação de seu “guidance” de resultados para o ano devido à expectativa de reabertura dos estádios e da volta dos eventos com muito público, onde o consumo de salgadinhos e refrigerantes é praticamente obrigatório, e representa uma fatia substanciosa dos resultados da companhia.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado aos bancos.
O desempenho dos empréstimos ficou aquém do esperado no segundo trimestre, mas os resultados de banco de investimento e a reversão de provisões mais do que compensaram isso.
O prognóstico para os próximos períodos é que os números permaneçam positivos.
Em última análise, é isso que mais interessa ao investidor.
Variáveis macroeconômicas e o noticiário político são importantes para o desempenho das ações, pois influenciam expectativas e parte do risco associado ao investimento. E é de expectativas que é feita essa entidade chamada mercado.
Porém, no fim do dia, são os resultados das empresas que ditam com maior propriedade o comportamento de suas ações.
Esses resultados funcionam como um “encontro de contas” entre as percepções e expectativas do investidor e a fria realidade dos números.
E os poucos resultados divulgados até agora indicam que a retomada dos lucros está mais próxima do que se imagina.
Indicadores
O volume de serviços cresceu 1,2% em maio na comparação com abril.
No ano, o setor acumula alta de 7,3% e nos últimos 12 meses registra queda de 2,2%. Com dois meses seguidos de resultados positivos, o setor acumulou uma alta de 2,5%, ainda insuficiente para recuperar as perdas de 3,4% registradas em março.
A atividade do setor de serviços exibe sinais de aquecimento na maior parte dos segmentos pesquisados, mas, mesmo assim, ainda se encontra 11,3% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014.
Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros de Ibovespa iniciam a manhã da terça-feira em queda, com os investidores realizando parte dos ganhos da véspera.
No entanto, o mercado deverá apresentar um comportamento volátil, à medida que forem sendo divulgados os resultados das empresas americanas.
As notícias são negativas para a bolsa em um cenário de volatilidade.
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