A última sexta-feira (25) foi marcada pela retomada das licitações de energia elétrica, ocorrendo o leilão da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA e também os leilões A-4 e A-5.
Tais leilões possuem como finalidade a contratação de energia gerada por termelétricas com fornecimento para 2025 e 2026.
Sem grandes surpresas, a Equatorial Energia (EQTL3), única a participar da disputa pela distribuidora amapaense, arrematou o ativo, realizando o pagamento de valor mínimo de R$ 50 mil por ela.
Com a vitória, a companhia assumiu a dívida de mais de R$ 1,3 bilhão da CEA, além de se comprometer a realizar um aporte de capital no valor de R$ 400 milhões na distribuidora, como previsto nas suas condições para a privatização.
No caso dos leilões de contratação de energia, a Petrobras (PETR3/PETR4) foi a única empresa a participar da negociação, vendendo energia da UTE Cubatão a três distribuidoras, as companhias Celpa, Cemar e Light.
No total, foram negociados 98,3 MW médios de energia com valor total de R$ 1,9 bilhão. Seu preço de venda médio foi de R$ 151,15 por MWh, num deságio de 52,47% em relação ao preço-teto inicial, de R$ 318 por MWh.
Ainda essa semana, na quarta-feira (30), está previsto também o primeiro leilão de transmissão do ano, com cinco lotes de investimentos, avaliados em R$ 1,3 bilhão. Neste, serão ofertados cinco lotes para construção e manutenção de 515 quilômetros de linhas de transmissão, espalhados em seis estados (AC, MT, RJ, RO, SP e TO).
E Eu Com Isso?
Com a aquisição, a Equatorial incorpora mais um ativo desafiador ao seu portfólio, com dívidas e ineficiências operacionais.
Apesar do cenário adverso, a companhia tem um track record de sucesso com antigas estatais, caso da paraense Celpa e a maranhense Cemar, tendo se especializado no turnaround de distribuidoras de energia.
Além disso, a aquisição traz a oportunidade de a companhia expandir sua presença na região Norte do país, onde já atua no Pará.
Dessa forma, esperamos uma reação positiva para os preços das ações da companhia para o curto prazo, movimento já iniciado na sexta-feira, quando a ação encerrou o pregão com alta de 0,04% ante a desvalorização do Ibovespa de 1,74%.
No caso dos leilões A-4 e A-5, apesar da receita fixa de R$ 33,7 milhões por ano que a Petrobras vai receber pelo contrato de fornecimento, entendemos que o mercado considerou elevado o deságio praticado no certame, de cerca de 52,47% em relação ao preço-teto inicial.
No entanto, por se tratarem de valores muito pequenos para a Petrobras, acreditamos que seu impacto foi irrisório para o preço da ação, tendo pesado contra suas ações o anúncio da reforma tributária, divulgado também nesta sexta-feira.
Com isso, as ações da companhia encerraram o pregão de sexta-feira (25) com queda de 1,85%.
Os próximos certames serão o A-3 e o A-4, ambos de energia nova, marcados para 8 de julho.
No caso do leilão de transmissão, a expectativa é que este atraia grandes operadores do setor elétrico, caso da Energisa (ENGI11), Isa Cteep (TRPL4) e Grupo Mez Energia, grande ganhador do leilão de 2020.
A expectativa também é que a disputa seja bastante acirrada, com o último leilão marcado por grandes deságios, limitando os ganhos das companhias vencedoras.
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