Linhas de transmissão representando Leilão

Dividendos Taesa e Isa Cteep: Vale a pena investir?

Neste relatório, falaremos sobre duas gigantes do setor de transmissão de energia elétrica: Taesa (TAEE11) e Isa Cteep (TRPL4).

Para tanto, abordaremos o perfil de cada empresa, fazendo uma análise e comparação das duas companhias em relação a alguns quesitos selecionados, com destaque para o comparativo do retorno em dividendos entre as duas empresas.

Setor de Energia Elétrica: por que tão atrativo?

A Energia Elétrica faz parte do hall de recursos essenciais para a população, encontrando alta resiliência em sua demanda.

Essa última é acompanhada pelo crescimento vegetativo (população) e pelo seu uso cada vez mais intensivo, especialmente nos centros urbanos, com o crescimento e a adoção crescente de tecnologias e a dependência a aparelhos elétricos e eletrônicos.

Pela sua importância, o setor é muito regulado, com órgão, governos e autarquias criando políticas e diretrizes bem definidas na tentativa de sempre encontrar um equilíbrio entre os interesses público, governamental e privado (empresas que operam neste setor).

É dessa dinâmica que derivam os três pontos que tornam atraentes as empresas do setor elétrico:

  1. Alta previsibilidade de remuneração recebida por elas, devido à demanda recorrente;
  2. Crescimento constante e gradativo da demanda;
  3. Regulamentação bem definida, o que torna as boas empresas atuantes no setor uma alternativa segura em momentos de alta volatilidade e aversão ao risco no mercado.

Segmentos do Setor Elétrico: qual o mais seguro?

A energia elétrica passa por três segmentações – Geração, Transmissão e Distribuição – antes de chegar até a tomada da sua residência ou a qualquer outro consumidor final, seja um ponto comercial ou uma fábrica de tintas.

As empresas do setor elétrico podem atuar puramente em uma delas, ou em estruturas mistas – operando um ou mais segmentos.

Report Taesa isa cteep - Levante Ideias

Geração de energia

A geração de energia consiste na conversão de recursos naturais ou fontes de acúmulo de energias potenciais em energia elétrica por meio de usinas preparadas, de maneira específica, para capturar essa transformação.

As empresas atuantes neste segmento participam de leilões de concessão realizados pelo governo, nos quais são especificados o tipo de fonte energética a ser gerada, a demanda energética e os investimentos necessários, além do prazo de concessão (que delimita quando a empresa estará autorizada a operar no projeto).

As empresas vencedoras da concessão são responsáveis pela construção, pelos investimentos, pela operação e por garantir o fornecimento adequado ao sistema, em quantidade e estabilidade de energia, definido em contrato.

Transmissão

Depois de gerada, a energia precisa ser transportada para onde a demanda se encontra.

A função da transmissão é levar essa energia, na maior parte dos casos percorrendo grandes distâncias, até o polo distribuidor, sem que haja desperdício excessivo no percurso.

O processo é análogo ao de um gasoduto ou ao de uma linha de trem que leva grandes quantidades de produto até um ponto de distribuição.

A empresa transmissora realiza a ponte entre a fonte e o consumidor, ficando responsável pela construção de torres e implantação de linhas de altíssima tensão, com especificações técnicas rigorosas, de modo a garantir que a energia chegue intacta ao seu destino, sem perdas pelo caminho.

Por isso, as transmissoras precisam manter um padrão de operação e disponibilidade das linhas, com realização constante de manutenção, monitoramento e melhorias em suas estruturas.

Distribuição

As distribuidoras são as empresas responsáveis por levar a energia elétrica até a tomada do consumidor final.

Elas realizam a compra de energia via leilões (com as grandes geradoras) ou no mercado livre, de maneira a adequar suas estruturas de custo e ter uma maior flexibilidade no fornecimento.

Os contratos dentro do setor elétrico são de longuíssimo prazo, com uma média de 30 anos de vigência.

As distribuidoras são responsáveis por toda a construção e implantação das linhas de distribuição na área de atuação.

Tal processo envolve também a instalação de postes e de centrais elétricas de recebimento e distribuição de energia e a ligação interna no imóvel, entre outros investimentos. Essas empresas são as que estampam a sua conta de luz mensalmente.

Segmento mais seguro do setor elétrico

O setor de transmissão é o mais seguro dentro do setor de energia elétrica. Isso porque o sistema remunera as empresas pela utilização das linhas de transmissão.

Portanto, esse setor não está exposto ao risco hídrico, ou seja, não depende de chuvas e nem possui muita dependência do preço de energia, em especial nesse momento de pandemia da Covid-19, que poderia causar aumento de inadimplência dos clientes das distribuidoras.

Assim, os impactos da Covid-19 na economia são mais fortes no segmento de distribuição, com a queda no consumo de energia e aumento da inadimplência, afinal o dinheiro entra no sistema das distribuidoras, que repassam para as geradoras e para as transmissoras.

Portanto, o setor de transmissão é o menos arriscado dentre os segmentos do setor elétrico.

Este artigo é uma versão reduzida do Report Completo sobre o assunto produzido pela Equipe de Análise da Levante.

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Isa Cteep e Taesa: as gigantes do setor de transmissão

Como podemos ver no gráfico abaixo, com exceção da Eletrobras que é estatal, Isa Cteep e Taesa são as duas maiores transmissoras de energia elétrica do setor privado da Bolsa.

Report Taesa Isa - Levante Ideias

Isa Cteep (TRPL4)

A Isa Cteep é a maior empresa de transmissão de energia do setor privado, com participação de 10% na Receita de Transmissão.

A Companhia atua em 17 estados brasileiros, sendo eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo e Bahia.

A empresa transmite aproximadamente 33% de toda a energia elétrica do Brasil e 94% da energia do estado de São Paulo.

Ao final de março de 2021, a capacidade instalada da Isa Cteep totalizou 68,9 mil MVA em capacidade de transformação, além de 18,8 mil quilômetros de linhas de transmissão.

A Companhia realiza investimentos contínuos, com o objetivo de expandir e manter a rede modernizada.

No primeiro trimestre de 2021, a empresa apresentou um maior volume em investimentos no período, tendo investido R$ 290 milhões, uma alta de 4,8% em comparação ao igual período de 2020.

Em relação aos seus projetos greenfield, a Isa Cteep reportou que já energizou 4 projetos (Itapura Bauru, Itaquerê, Tibagi e Aguapeí) dentre os 14 lotes arrematados em leilões de transmissão realizados nos últimos 6 anos, tendo esses eficiência média de capex de 36% e antecipação média de 11 meses.

Ainda nos resultados divulgados referentes ao 1T21, a Companhia manteve o baixo nível de
endividamento, com dívida líquida de R$ 4,2 bilhões e relação dívida líquida/Ebitda ajustado de 1,5x no encerramento do primeiro trimestre.

Em relação a sua política de dividendos, a Isa Cteep possui um payout mínimo de 75% dos lucros se mantida a relação dívida líquida/EBITDA de 3,0x. Ou seja, toda vez que a dívida líquida ficar abaixo de 3,0x, ela paga 75% dos lucros gerados no período.

Taesa (TAEE11)

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A., Taesa, é a segunda maior empresa de transmissão de energia do setor privado, com participação de 7% na Receita de Transmissão.

A Taesa detém 39 concessões de transmissão, sendo 10 concessões que compõem a holding, 10 investidas integrais e 19 participações.

Report Taesa Isa - Levante Ideias

A Companhia atua em todas as 5 regiões do país e está presente em 18 Estados e Distrito Federal (conforme mostrado na imagem ao lado) sendo eles: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

A empresa possui 13,6 mil quilômetros em linhas de transmissão e 97 subestações.

A Taesa está com 6 empreendimentos em fase de construção, com uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 2,75 bilhões.

Vale destacar que 3 empreendimentos, Miracema, EDTE e Mariana, além de dois reforços da Novatrans, foram concluídos entre 2019 e 2020, passando a adicionar para Taesa uma RAP total de R$ 161 milhões (ciclo 2020-2021).

A Taesa possui R$ 2,18 bilhões em operações e R$ 570 milhões em desenvolvimento, sendo 3 dos projetos da Companhia em conjunto com a Isa Cteep, visto que o controlador da Isa Cteep tem participação relevante no capital da Taesa.

A Taesa apresentou aumento de 54,5% do EBITDA no primeiro trimestre de 2021 da comparação anual.

Aumento este que é explicado principalmente pelos maiores índices macroeconômicos registrados, no período, que impactaram positivamente a receita de correção monetária do ativo contratual, pelas aquisições de novos ativos e pela entrada em operação de Mariana, ambos em 2020.

A Companhia remunerou seus acionistas no montante total de R$ 1,6 bilhão (R$ 4,66/unit) referente ao resultado de 2020, representando um payout de 71% do lucro líquido e 98,5% do lucro líquido ajustadodo período.

Considerando a dívida líquida proporcional das empresas controladas em conjunto e coligadas, a relação dívida líquida/EBITDA ficou em 3,9x no 1T21, acima do registrado no 4T20 (3,8x).

Recentemente, a estatal mineira Cemig, que possui 21,7% de participação na transmissora Taesa, divulgou, através de Fato Relevante, que sua Diretoria está no processo de avaliação de alternativas de alienação da participação que possui na Taesa, de 21,7%, com o objetivo de otimizar a sua estrutura de capital.

O desinvestimento da Cemig na Taesa traz mais impacto para Cemig do que para Taesa em si, embora seja positivo para a transmissora, que deixa de ter um acionista que estava, de certo modo, desalinhado com o negócio.

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