Na terça-feira (8), a Gol anunciou a aquisição da MAP, companhia aérea controlada da Voepass com sede em Manaus.
Os termos da compra definiram pagamentos na ordem de R$ 28 milhões, nos quais R$ 25 milhões pagos em dinheiro para a Voepass e o restante via ações preferenciais da Gol (GOLL4), no volume de 100 mil ações a R$ 28 reais cada.
A MAP opera com uma frota total de sete aeronaves ATR, com foco nas regiões Sul, Sudeste e em Manaus.
Em 2019, a companhia foi adquirida pela Passaredo que, posteriormente, se tornou Voepass.
Com a aquisição da Gol, essa levou todos os 26 slots (horários de partida e chegada) da Voepass em Congonhas. Atualmente, a Gol atua com 234 slots no aeroporto. A Latam tem 236 slots e a Azul tem 41.
Essa é a terceira aquisição realizada pela Gol, tendo comprado em 2007 os ativos da antiga Varig e, em 2011, adquirido sua concorrente Webjet.
Segundo o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, a aquisição vai ao encontro da estratégia de expandir para novos territórios, trazendo também um enfoque na região Norte do país.
E Eu Com Isso?
A aquisição da MAP possibilitará a expansão da Gol para territórios os quais hoje ela possui pouca atuação, como a região Norte do Brasil.
Além disso, a compra também possibilita um maior crescimento em Congonhas (SP), aeroporto mais disputado do país, com a ampliação e diversificação do número de destinos que operam neste.
Considerando esse contexto, a estratégia mostra-se acertada, com os preços das ações da Gol (GOLL4) devendo reagir positivamente no curto prazo.
Outra reação que devemos esperar é do impacto da notícia nas ações da Azul (AZUL4), com esta devendo reagir negativamente à aquisição da Gol em um primeiro momento.
Isso porque a Azul tem também acirrado sua estratégia de modo a se tornar uma potencial consolidadora do mercado, tendo recentemente anunciado a intenção de adquirir a Latam Brasil, cuja holding se encontra em posição mais fragilizada, em recuperação judicial.
Além deste movimento recente, a Azul também realizou a aquisição da TwoFlex, com operação de 14 slots em Congonha em janeiro de 2021, uma estratégia vista como acertada por analistas na época, uma vez que garantiu um maior espaço da aérea no aeroporto.
O negócio, no entanto, pesou no bolso da companhia, que desembolsou cerca de R$ 123 milhões na aquisição – bem mais caro quando comparado à aquisição realizada pela Gol com a MAP.
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