A Cyrela (CYRE3) divulgou na noite de quinta-feira (13), após fechamento do mercado, seus números referentes ao primeiro trimestre de 2021. Seus números vieram positivos, acima das expectativas em termos de receita líquida, margem bruta e lucro líquido.
Como já antecipado em sua prévia operacional, a companhia lançou seis empreendimentos no primeiro trimestre do ano ante os 14 lançados no mesmo período em 2020. Destes lançamentos, a Cyrela obteve um Valor Geral de Venda (VGV) de 381 milhões de reais, uma contração de 54,6 por cento em comparação ao mesmo período no ano anterior. Suas vendas totais contratadas também já haviam sido antecipadas em sua prévia, de 908 milhões de reais no período, apresentando crescimento de 32,2 por cento no ano contra ano.
A receita líquida apresentou avanço de 89,6 por cento no ano contra ano, totalizando 1,0 bilhão de reais, acima das expectativas. A expansão da linha foi impulsionada pelo maior volume de vendas totais contratadas e andamento de obras no período.
Além disso, a companhia também apresentou expansão de sua margem bruta, de 1,8 ponto percentual no ano contra ano, registrando 34,5 por cento no período. Este avanço foi motivado principalmente devido a venda de projetos novos, além de um impacto positivo em função das correções monetárias da carteira de recebíveis.
O resultado financeiro do trimestre contraiu em 78,3 por cento na comparação trimestral, totalizando 11 milhões de reais no 1T21, porém acima dos 3 milhões reportados no mesmo trimestre no ano anterior. Este resultado foi impactado por uma perda de 14,6 milhões de reais decorrentes da marcação a mercado de operações de Swap de taxas de juros e financiamentos.
Também houve um impacto positivo de 45 milhões de reais em sua linha de equivalência patrimonial, resultantes de sua participação na Cury (16 milhões de reais), Plano&Plano (17 milhões de reais) e Lavvi (12 milhões de reais). Além deste, a companhia também reportou um impacto negativo no montante de 29 milhões de reais, devido a contingências.
Dessa forma, a companhia apresentou um expressivo lucro líquido de 192 milhões de reais no trimestre, acima das expectativas. Esse resultado gerou um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente de 12 por cento nos últimos 12 meses. O lucro líquido da Cyrela nos últimos 12 meses foi de 731 milhões de reais, sem contar os ganhos não recorrentes com os IPOs da Cury, Plano&Plano e Lavvi
A companhia ainda reportou uma geração de caixa de 70 milhões no trimestre, o que reduziu ainda mais o nível de endividamento da companhia.
Por fim, a companhia ainda reportou baixo nível de endividamento líquido, de 227 milhões de reais, com sua relação dívida líquida sobre patrimônio líquido de 3,8 por cento.
E Eu Com Isso?
O resultado da Cyrela veio forte e acima das expectativas em termos de receita líquida, margem bruta e lucro líquido, mesmo num trimestre mais fraco de lançamentos devido ao fechamento dos estandes de vendas em março, com sólida geração de caixa e baixo nível de endividamento. Esperamos um impacto positivo no preço das ações da companhia (CYRE3) para o curto prazo.
As ações da companhia, assim como outras do setor de construção civil, têm apresentado forte contração em 2021: queda de 20 por cento. Essa queda é motivada pelo aumento das taxas de juros futuros. Além disso, o trimestre também foi afetado pelo aumento das restrições de isolamento social resultantes do agravamento da pandemia do coronavírus, o que levou grande parte das companhias a postergar os seus lançamentos do trimestre, apresentando resultados mais contidos em suas prévias operacionais.
Neste trimestre ficou mais evidente a sólida contribuição da Cury, Plano&Plano e Lavvi, empresa que fizeram IPO e que a Cyrela tem participação, para o sólido resultado na linha de equivalência patrimonial (45 milhões de reais).
A Cyrela tem sólida posição no segmento imobiliário de média e alta renda, com grande exposição à região metropolitana de São Paulo, mas também tem exposição no segmento de baixa renda com a Plano&Plano e a Cury, que divulgou um resultado bastante forte no trimestre, com ROE de 37 por cento.
Comparativamente, ressaltamos que a Cyrela tem apresentado bons resultados operacionais em comparação aos seus concorrentes, o que reforça a constatação de que os fundamentos da companhia continuam sólidos e que o desempenho das ações está descolado do bom resultado da companhia.
Por último, destacamos a forte distribuição de dividendos, com retorno em dividendos de 10,2 por cento nos últimos 12 meses.
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