A Copel (CPLE6) divulgou na noite de quarta-feira (17), após fechamento do mercado, seus números referentes ao quarto trimestre de 2020. Seus resultados vieram em linha com as expectativas de mercado, com destaque para a forte distribuição de dividendos anunciada.
A companhia apresentou uma receita operacional líquida de 5,7 bilhões de reais no quarto trimestre de 2020, o que representou uma alta de 30,6 por cento na comparação trimestral e avanço de 30,8 por cento no ano contra ano.
O Ebitda ajustado reportado pela companhia apontou uma alta de 50,6 por cento na comparação anual, registrando 1,5 bilhões de reais no 4T20. No acumulado de 2020, esse avanço foi de 20,2 por cento, contabilizando 4,9 bilhões de reais no ano.
Sua linha de lucro líquido também apresentou expansão na comparação anual, de 88,4 por cento, além de alta de 64,3 por cento no trimestre contra trimestre. No acumulado do ano, essa alta foi de 89,5 por cento, registrando 3,9 bilhões de reais em 2020.
A companhia também tem mostrado uma redução significativa de sua alavancagem financeira desde 2019, quando saiu de um patamar de relação dívida líquida sobre Ebitda de 3,1 vezes em 2018 para 2,0 vezes ao final de 2019. Em 2020, a companhia continuou seus esforços para reduzir seu nível de endividamento, alcançando patamar de 1,3 vezes de índice de alavancagem, com dívida líquida de 6,4 bilhões de reais.
A Copel ainda anunciou a aprovação de uma distribuição total de proventos para o ano fiscal de 2020 de 2,5 bilhões de reais, equivalente a 65 por cento do lucro do exercício, o que representa um retorno em dividendos de 13,4 por cento.
Além disso, o Conselho de Administração da Copel ainda aprovou a distribuição de proventos intermediários no montante de 1,5 bilhão, o que representa um retorno em dividendos de 8 por cento.
Por fim, o novo Estatuto da Companhia, aprovado em 11 de março, instituiu o desdobramento de ações na proporção de 1 para 10, sendo que as ações passaram a ser negociadas ex-desdobramento a partir do dia 12 de março de 2021.
E Eu Com Isso?
A Copel apresentou números contidos, em linha com as expectativas de mercado. Entretanto, devido à aprovação da forte distribuição de dividendos anunciada, nossa expectativa é que este tenha um impacto positivo no preço das ações da companhia (CPLE6) para o curto prazo.
A companhia também reportou sua nova política de dividendos, aprovada por seu Conselho de Administração em 20 de janeiro. Segundo esta, obedecendo a critérios de preservação do fluxo de caixa disponível, a companhia divulgou a proposta de distribuição de dividendos regulares atrelados a seu índice de alavancagem financeira, com distribuição mínima de 25 por cento para índice de 2,7 vezes e máxima de 65 por cento para índice de 1,5 vezes, dívida líquida sobre Ebitda.
Com a significativa redução de seu endividamento nos últimos anos, nossa perspectiva é que a companhia consiga persistir na manutenção da distribuição de dividendos em níveis elevados, o que julgamos bastante positivo para a Copel.
Em relação ao setor elétrico, mantemos uma perspectiva positiva, ancorada na sua resiliência, geração de caixa mais estável e capacidade de distribuição de dividendos elevados, refletindo seu caráter menos cíclico. Nesse sentido, a despeito dos desafios impostos pela segunda onda da pandemia à economia brasileira, acreditamos que o setor será um dos menos atingidos.
As distribuidoras de energia, mais expostas a esse risco, de modo geral, estão capitalizadas e financeiramente preparadas para atravessar um novo período de inadimplência mais pronunciada. Nossa visão construtiva também se sustenta no marco regulatório amadurecido, o qual, apesar de ameaças populistas, se mantém sólido e protegido.