Levante Ideias - Pensativa

Dólares, rublos ou euros: como gastar menos na Copa

Estamos na contagem regressiva para o início da Copa do Mundo na Rússia. A ansiedade é ainda maior no meu caso, Eduardo Guimarães, porque estarei lá, ao vivo, assistindo aos jogos das arquibancadas.

Só que não poderia viajar sem revelar para vocês uma parte importantíssima do meu plano de viagem: o que fazer para minimizar o risco das operações cambiais em caso de viagens internacionais.

Afinal, ninguém quer ter uma surpresa desagradável quando chegar de volta da viagem e ver a fatura do cartão de crédito muito mais cara.

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Minha segunda Copa do Mundo

Essa será a minha segunda Copa do Mundo “ao vivo e em definitivo”, como diria Galvão Bueno, assistindo aos jogos do Brasil e de outras seleções em estádios diferentes pelo mundo.

A minha primeira experiência foi na África do Sul, em 2010. Infelizmente, eu estava no estádio quando a seleção brasileira foi eliminada pela Holanda…

Espero que eu tenha mais sorte desta vez, que a seleção brasileira faça bom papel na Copa e que o meu planejamento financeiro para a Copa do Mundo funcione conforme o esperado.

Primeiro passo: fuja do risco do câmbio

No ano passado, decidi que iria para a minha segunda Copa do Mundo com alguns amigos. Além de ser o especialista em ações aqui na Levante, também sou planejador financeiro.

A primeira etapa do planejamento de uma viagem como essa é relativamente simples. Tudo começa com a busca por voos para o país-sede, tempo de permanência, quais cidades, estadia (hotel) e, claro, se cadastrar no site da Fifa para conseguir os ingressos para os jogos.

É muito importante fazer uma espécie de orçamento para tentar estimar os gastos de uma viagem internacional como essa e estar preparado para eventuais imprevistos.

Essas primeiras despesas podem ser pagas com antecedência e com valor fixado em reais. Assim, não há risco de câmbio e as contas podem ser pagas no cartão de crédito com opção de parcelamento. Foi exatamente o que eu fiz.

No meu caso, as passagens aéreas, hotéis e ingressos para os jogos já foram todos pagos em reais. Escapei do risco de câmbio neste caso.

A partir de agora, se a taxa de câmbio subir, afetará apenas os gastos que terei na Rússia com alimentação, transportes e diversão em geral.

No meu caso, separei US$ 100 por dia para gastar durante a minha viagem, que terá um total de 20 dias. Assim, o orçamento total da minha viagem é de US$ 2.000.

Como escolher a moeda certa?

A partir de agora, fica mais complicado: qual moeda levar para a viagem e como pagar as despesas na Rússia durante a Copa do Mundo?

Importante lembrar que a taxa de câmbio durante a Copa (e até mesmo na data de fechamento das faturas dos cartões de crédito) pode ser mais alta ou mais baixa que a taxa atual.

Alternativas de moeda e meios de pagamento

Existem basicamente três alternativas para realizar pagamentos no exterior:

  • pagamento em moeda estrangeira em dinheiro
  • pagamento através de cartão de débito pré-pagos
  • pagamento através de cartão de crédito.

Conforme a forma escolhida, varia a taxa de impostos como o IOF (imposto sobre operações financeiras) e a taxa de câmbio efetiva na compra da moeda estrangeira.

IOF

Para a compra de moeda em espécie, o IOF é de 1,1%. Já no caso da compra em moeda estrangeira através de cartão de crédito ou débito pré-pago, a taxa pula para 6,38%.

O que levar para a Rússia?

A moeda oficial da Rússia é o rublo, mas ela é difícil de encontrar e de fazer câmbio aqui no Brasil. Aqui, é melhor comprar moeda forte (dólar americano ou euro) e depois trocar para rublo em casas de câmbio na Rússia.

O que significa o spread da casa de câmbio?

Uma corretora de câmbio sempre cobra um spread sobre a taxa de câmbio à vista, que varia conforme a quantidade de moeda. Da mesma forma, o banco também vai te cobrar um spread sobre a taxa de câmbio na fatura do seu cartão de crédito. Em situações normais, esse spread pode chegar até 5%, mas, dependendo do caso, pode ser mais alta.

Qual é a melhor alternativa para a viagem?

Na minha opinião, a melhor alternativa – que combina segurança, custos efetivos mais baixos e sem exposição cambial – é utilizar uma combinação dos três meios acima.

Eu pretendo levar uma boa parte em dinheiro em espécie (euro), levar um cartão de débito pré-carregado em euro e utilizar o meu cartão de crédito brasileiro eventualmente.

Na Rússia, é mais fácil trocar euros do que dólar americano, afinal, a Rússia fica na Europa, né? Se você já tiver dólares pode levar, mas se for comprar moeda para levar, a melhor é o euro.

Dessa forma, a despesa de viagem já é paga antecipadamente em reais com uma taxa de câmbio conhecida em valor equivalente a US$ 2 mil no orçamento. Se daqui a um mês a taxa de câmbio subir, a maior parte das despesas já foram pagas. Em outras palavras: dessa forma, a despesa de viagem está “hedgeada” e não tem risco cambial.

Essa forma é mais vantajosa porque na compra de moeda em espécie o imposto sobre operações financeiras (IOF) é menor do que na compra através de cartão: 1,1% em espécie versus IOF de 6,38% na compra através de cartão de débito ou crédito.

As compras com cartão de crédito são perigosas, pois a taxa de câmbio é determinada no fechamento da fatura do cartão e não na data da compra.

O meu conselho é procurar travar quase todas as despesas de viagem em reais. Por exemplo, já na saída aqui no Brasil é possível fazer pagamento em reais no freeshop.

O principal risco de levar a moeda em espécie para trocar na Rússia será o spread cobrado pelas casas de câmbio do país durante a Copa do Mundo.

Obviamente, evite trocar muito dinheiro nos aeroportos (geralmente as taxas são menos favoráveis).

Existem bons aplicativos de celular para saber as taxas de câmbio. Eu gosto do XE Currency e o melhorcambio.com, todos disponíveis para IOS e Android.

Como saber a margem/spread da casa de câmbio?

Explicarei agora como saber se uma taxa de câmbio está boa ou não e se o spread da corretora está alto demais.

O spread da corretora  em uma venda de moeda é a taxa de venda dividido pela taxa à vista da moeda (spot) ou a média do dia (para o dólar a média é a taxa Ptax divulgada pelo Banco Central). Você pode consultar a taxa Ptax aqui.

Em 30/05/2018, a taxa de câmbio (Ptax) fechou em R$ 3,7370 por dólar (taxa de venda). Num exemplo hipotético, para comprar moeda em espécie em uma corretora, a taxa era de R$ 4,00 por dólar. A margem da corretora nesse caso foi de 7% (R$ 4,00/R$ 3,737 – 1).

Com o uso dos aplicativos, é possível calcular o spread na venda de moeda das casas de câmbio na Rússia. No caso de uma margem/spread muito alto na casa de câmbio (maior que 6,38%) pode valer a pena usar o cartão de débito ou até mesmo o cartão de crédito.

Sempre que se utilizar o cartão de crédito, haverá o risco cambial. Uma alternativa mais complicada seria deixar no Brasil uma parte do dinheiro aplicado em fundos cambiais, o que eu não recomendo.

Em 2010, na África do Sul, eu utilizei a mesma fórmula descrita acima. Levei dólares americanos em dinheiro, ativei os meus cartões de crédito para fazer alguns pagamentos e procurei fugir do risco de câmbio.

Felizmente, eu também já havia pago as passagens aéreas e os ingressos para os jogos do Brasil antecipadamente. No final da viagem, as minhas despesas ficaram sob controle e não corri nenhum risco.

Palpites para a Copa do Mundo

Como eu não gosto de ficar em cima do muro, seguem os meus palpites para os 4 semifinalistas da Copa do Mundo na Rússia: Brasil x Alemanha e Espanha x França, com uma final Brasil x Espanha. Haja coração, amigo!

Em um relatório da minha série As Melhores Ações, eu havia dito que a seleção da Bélgica poderia ser o azarão nesta Copa do Mundo. Mas, se Brasil e Bélgica ficarem em primeiro lugar em seus respectivos grupos na primeira fase e se classificarem nas oitavas, as duas seleções irão se enfrentar nas quartas. Daí fica ruim para a Bélgica, né?

Copa na Europa, com três europeus nas semifinais, com o Brasil sendo o único sul-americano. A Argentina de Messi e Portugal de Cristiano Ronaldo podem tomar os lugares de Espanha e França nas semifinais, respectivamente.

De acordo com um relatório de análise baseado em modelos matemáticos elaborado por um banco suíço, os maiores favoritos para vencer a Copa do Mundo são: Alemanha (24%), Brasil (20%) e Espanha (16%), que juntos tem probabilidade de 60% de serem campeões.

O segundo pelotão de favoritos segue com Inglaterra, França, Bélgica e Argentina, com chance agregada de 25% de título da Copa. Nas casas de apostas (ex: Sportingbet), os favoritos são parecidos, o que muda são as probabilidades e quanto cada seleção para ao apostador de for a campeã.

Eu destaco duas opções “fora do dinheiro”: Bélgica e Argentina. Quem apostar que a Bélgica será campeã terá ganhos de 12 para 1, ou seja, se apostar R$ 100 na Bélgica vencedora, terá ganhos de R$ 1.200. A Argentina está pagando 10 para 1 na bolsa de apostas, ou seja, de cada R$ 100 apostados terá ganhos de R$ 1.000

Acho que vale apostar no melhor jogador de futebol que eu assisti jogar: Lionel Messi. Aqui seria o “hedge” da felicidade, pois como todo bom brasileiro irei torcer contra a Argentina na Copa. Portanto, se os Hermanos forem campeões, pelo menos eu posso ganhar algum dinheiro (10 para 1!).

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