O presidente Joseph Biden anunciou nesta terça-feira (2) um acordo histórico entre a Johnson & Johnson (JNJ) e a Merck para produção das vacinas contra a Covid-19. As companhias competem diretamente em alguns mercados.
Nesta semana, a companhia já disponibilizou quase 4 milhões de doses ao governo americano, e até o final do mês espera-se a entrega de 20 milhões de doses no total. Com o governo do país, o compromisso é de entregar o total de 100 milhões de doses. A companhia também fechou outros acordos com a União Europeia e a COVAX, órgão da OMS responsável em acordar e distribuir vacinas para países não desenvolvidos.
No pronunciamento, o presidente Biden falou inclusive em ter um estoque de vacinas suficiente para vacinar todos os adultos no país até o final de maio. Segundo estimativas, 15,6 por cento da população americana já recebeu pelo menos uma dose de algum imunizante aprovado, e 7,8 por cento da população já teria recebido as duas doses. O país está entre os 5 mais avançados em termos de percentual da população vacinada no mundo, e deve aumentar o ritmo de vacinação por dia com a vacina da Johnson aprovada e produzida em larga escala.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para os mercados no geral, visto que a vacina da Johnson & Johnson – terceira a obter autorização da FDA para uso emergencial nos Estados Unidos – é vista como essencial na luta contra a pandemia. São basicamente três vantagens frente às outras: i) necessária apenas uma dose para imunização, ii) custo por dose abaixo das demais, iii) temperatura de armazenagem acessível.
A desvantagem é a eficácia menor, por volta dos 66 por cento. Nos Estados Unidos, cujo governo tem acordo para obter 100 milhões de doses da vacina, a eficácia atingiu um patamar um pouco maior, por volta dos 72 por cento.
Já para a Johnson & Johnson, a notícia também é positiva, mas está longe de ser capaz de alavancar seus resultados muito acima do esperado nos próximos trimestres.
Nesta terça-feira (2), as ações abriram em alta, mas fecharam próximo a estabilidade.
O mix robusto de produtos, que leva a companhia a faturar aproximadamente 23 bilhões de dólares por trimestre, dilui a participação da vacina. Além disso, estimamos que a margem operacional do imunizante seja abaixo da média do mix da Johnson & Johnson. A companhia se comprometeu a desenvolver a vacina “sem fins lucrativos”, cobrando um valor suficiente apenas para cobrir os custos.