Na noite desta segunda-feira (22), a CSN divulgou seus resultados do 4T20 e do consolidado do ano, após o fechamento de mercado. Os resultados vieram com mais recordes de receita e geração de caixa líquidos com desempenho forte em todos os segmentos de atuação (Siderurgia, Minério de ferro, Cimento e Logística);
Os principais destaques positivos foram:
i) Ebitda (métrica aproximada de geração de caixa operacional) na siderurgia 7 vezes superior no 4T20 em relação ao 4T19, com forte recuperação da demanda no segmento automotivo pela recomposição de estoques da indústria e preços realizados do aço em patamares mais altos, alcançando 1,238 bilhão de reais no 4T20. No ano, o Ebitda do segmento de aço ficou em 2,411 bilhões de reais, com margem recorde de 14,5 por cento.
ii) Ebitda de mineração também atingiu patamares recordes no trimestre e no ano, com 3,2 bilhões de reais no 4T20 e 8,234 bilhões no ano e margem de 71,3 por cento e 64,9 por cento respectivamente. A Mineração foi responsável por 71 por cento do Ebitda da companhia do ano de 2020.
iii) Redução forte da alavancagem financeira (Dívida Líquida / Ebitda) de 3,72 vezes no 4T19 para 2,23 vezes ao final de 2020, passando pelo pico de 5,17 vezes no 2T20. A redução foi possível pelo ritmo forte de geração de caixa livre de quase 8,5 bilhões de reais no ano, reforçando a liquidez financeira da CSN e complementado pela variação cambial favorável para a dívida no período, além de amortização de parte do endividamento no período.
Outros segmentos de menor contribuição também cresceram forte no ano de 2020, com o de cimento, por exemplo, expandindo a receita líquida no ano em 50 por cento, de 571 milhões de reais para 878 milhões de reais e com Ebitda crescendo em quase 27 vezes de 11 milhões em 2019 para 271 milhões no consolidado de 2020.
E Eu Com Isso?
A CSN tem se beneficiado de uma combinação de fatores ao longo de 2020 que permitiu à companhia reduzir seu alto grau de endividamento líquido, gerando resultados recordes em todos os segmentos. A construção civil em ritmo forte (aço longo e cimento), China acelerando o programa de expansão de infraestrutura (alta dos preços de minério de ferro) e a indústria nacional em recomposição de estoque forte de maquinários e veículos, ajudando a puxar a demanda pelo aço plano, sendo possível repassar grande parte dos aumentos de preços pela CSN ao mercado.
Enxergamos um impacto positivo no preço das ações da companhia (CSNA3) no curto prazo, assim como para as demais empresas do setor que ainda não divulgaram os resultados deste último trimestre, sendo a CSN uma espécie de referência para o que virá.
Acreditamos que a demanda por aço deverá continuar forte no país, com as siderúrgicas religando alguns de seus altos-fornos como principal indicador dessa expectativa. Essa demanda deve sustentar os preços do aço no mercado interno, ajudando os preços a acompanharem a alta da cotação do aço no mercado internacional, além do câmbio que continua em patamares altos, beneficiando a geração de caixa do segmento de siderurgia e exportação de minério de ferro.
Na China, houve um arrefecimento temporário do consumo de minério de ferro e consequentemente nos preços no começo deste ano de 2021, devido ao inverno rigoroso nas principais regiões industriais do país, além do ano novo lunar, que paralisa as atividades por lá durante 2 semanas em fevereiro. Porém as atividades já retomaram por lá, tirando qualquer suspeita de esfriamento da demanda por minério de ferro, com os preços retornando acima dos 170 dólares por tonelada, após ficar ligeiramente abaixo dos 150 dólares no final de janeiro.
Por fim, a construção civil aqui no Brasil segue em ritmo forte de obras, com volume de lançamentos em altos níveis, anunciados pelas principais construtoras, que deve seguir puxando a demanda pelo cimento no ano de 2021.
Um bônus positivo para a CSN foi a abertura de capital bem-sucedida de seu braço de mineração (CMIN3) recentemente, que levantou cerca de 2,78 bilhões de reais para o caixa da controladora, reduzindo ainda mais a alavancagem da empresa. Além disso a estreia em alta da CMIN3 na bolsa, deixa o braço de mineração com valor de mercado acima da CSN consolidada, indicando ainda uma assimetria na precificação das ações (CSNA3), que ainda detém mais de 70 por cento de participação na sua subsidiária de mineração.
Tudo aponta para mais um ano de resultados recordes para a CSN, agora com alavancagem controlada e operação mais eficiente, preparada para capturar a alta demanda e forte patamar de preços de seus principais produtos.