A Lojas Americanas (LAME4) anunciou a aprovação, pelo Conselho, de: i) pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio (JCP) e ii) aumento de capital via subscrição particular de ações.
O JCP pago será de 0,2149 reais por ação, equivalente a um retorno do provento de 1,1 por cento nas ações ordinárias e 0,8 por cento nas ações preferenciais.
A empresa também realizará um aumento de capital emitindo mais 6.156.269 ações ordinárias e 11.424.388 ações preferenciais, o que representará uma diluição de 0,93 por cento. O preço por ação ordinária (LAME3) foi fixado em 15,65 reais, enquanto o da ação preferencial foi fixado em 19,38 reais. Estes valores foram definidos por meio da média dos últimos 20 pregões mais a aplicação de um desconto de 20 por cento.
O acionista titular de uma ação LAME3 ou LAME4 terá o direito de subscrever 0,009425438 ações. A data de corte para o recebimento do JCP será o dia 4 de janeiro, mesma data para os direitos de preferência, que poderão ser negociados em bolsa. A data de exercício vai de 5 de janeiro a 4 de fevereiro de 2021.
E Eu Com Isso?
Avaliamos como neutra a notícia de Lojas Americanas, visto que o retorno líquido do provento será compensado pela diluição da oferta. Esperamos que o desempenho das ações da Lojas Americanas (LAME3/LAME4) seja em linha com o Índice Bovespa nesta segunda-feira (21), que deverá ser marcada pela queda generalizada no preço das ações.
Não por acaso, o JCP e o aumento de capital foram aprovados e anunciados em conjunto. Ao que tudo indica, a Lojas Americanas está realizando uma engenharia financeira para otimizar o pagamento de impostos.
O JCP é considerado uma despesa financeira na demonstração do resultado, o que consequentemente reduz o resultado operacional (Ebit) e o imposto a pagar. Aparentemente, a companhia quis valer-se deste benefício, mas contrabalanceando a saída de caixa do provento com a emissão de novas ações.
O acionista da companhia receberá um bônus na sua conta e que poderá negociá-lo em bolsa. Recomendamos ou exercer o direito ou vendê-lo no mercado. Caso não realize uma das operações até o dia 5 de fevereiro, o investidor será diluído e “deixará na mesa” 1 por cento de retorno sobre o investimento.