Após uma acirrada disputa, a Neoenergia (NEOE3) venceu o leilão de sexta-feira (4) pelos ativos de distribuição de energia da CEB no Distrito Federal (CEB-D) com o lance de 2,5 bilhões de reais, cerca de 77 por cento acima do lance mínimo que era de 1,4 bilhões.
Nos últimos anos a CEB-D, não vem conseguindo cumprir metas regulatórias junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A companhia vem acumulando prejuízos e elevando seu endividamento nos últimos anos, tornando-se incapaz de realizar os investimentos necessários em sua infraestrutura.
O leilão foi disputado também pela Equatorial (EQTL3) e a CPFL (CPFE3), esta última teve seu lance final poucos milhões de reais abaixo do lance vencedor. A surpresa do leilão foi a ausência da Enel, que poucos dias antes já se mostrou pouco disposta a participar devido ao elevado preço inicial dos ativos.
E Eu Com Isso?
Após o leilão o preço das ações da Neoenergia (NEOE3) caíram cerca de 6,2 por cento, isso pode ser atribuído ao valor pago pelos ativos, considerado como alto pelo mercado. Importante destacar que além da Neoenergia a CPFL (CPFE3) também estava disposta a pagar valores muito próximos ao do lance vencedor.
A vencedora da disputa destacou a qualidade dos ativos arrematados e seu profundo conhecimento da CEB-D, reforçando a posição que será capaz de gerar retorno a seus acionistas. Enquanto o lance vencedor foi mal visto pelo mercado, o BNDES mostrou-se satisfeito com o resultado. O presidente do banco estatal destacou que o múltiplo pago pelos ativos foi recorde e que isso reforça a atratividade do setor que terá novos leilões.
O presidente do BNDES também destacou que pretende concluir as privatizações na primeira metade de 2021, com leilões dos ativos da CEEE-D (companhia que atua no Rio Grande do Sul) no primeiro trimestre e dos ativos da CEA (companhia que atua no Amapá).