Duas notícias positivas sobre vacinas animam os investidores no início da manhã da quarta-feira. Segundo a revista científica The Lancet Infectious Diseases, a Coronavac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, apresentou 97 por cento de eficácia nos testes das fases clínicas 1 e 2. Os testes foram realizados na China nos meses de abril e de maio, com 744 voluntários. Apesar de bem menos precisa do que os testes da fase clínica 3, que são realizados com um número muito maior e mais diversificado de voluntários, a notícia foi considerada positiva e relevante.
Outra informação positiva veio na manhã desta quarta-feira. O laboratório americano Pfizer, que está trabalhando em parceria com a empresa alemã BioNTech, anunciou resultados ainda melhores para sua vacina contra o coronavírus. O resultado atualizado mostra uma eficácia de 95 por cento, acima dos 90 por cento registrados na avaliação preliminar. A eficácia foi considerada consistente em dados demográficos de idade, sexo, raça e etnia. A eficácia observada em adultos com mais de 65 anos de idade foi superior a 94 por cento.
As notícias sobre o desenvolvimento de novas vacinas são positivas porque apenas uma vacina eficaz poderá, de fato, alterar o cenário econômico global em tempos de coronavírus. Até agora, as únicas medidas possíveis são profiláticas e reativas. Destinam-se a evitar a contaminação pelo vírus por meio de medidas de distanciamento social. Com a vacina, será possível às autoridades sanitárias ao redor do mundo atuarem de maneira proativa, contendo a propagação do vírus e fazendo as relações sociais e econômicas retornarem a algo mais parecido com a situação anterior.
Nesse meio tempo, o humor dos investidores oscila em função das notícias econômicas. Nos Estados Unidos, foi positivo o fato de a líder do Congresso americano, a democrata Nanci Pelosi, ter voltado a falar de discutir pacotes de estímulo econômico com o partido republicano, que manteve a liderança no Senado.
INDICADORES – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 3,05 por cento no segundo decêndio de novembro, ante 2,92 por cento no mesmo período do mês anterior. Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 20,56 por cento para 24,25 por cento, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Mais uma vez, a alta foi provocada pelo aumento dos preços das matérias-primas brutas, que avançaram 5,22 por cento ante 4,77 por cento da prévia anterior. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 3,98 por cento no segundo decêndio de novembro, ante 3,75 por cento no segundo decêndio de outubro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou para 0,51 por cento ante 0,71 por cento, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou para 1,38 por cento ante 1,50 por cento em outubro.
Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam a manhã da quarta-feira com uma leve alta, estimulados pelas notícias da vacina. Por aqui, porém, a elevação da inflação permanece no radar, e os investidores vão observar com lupa o andamento das reformas econômicas no Congresso, que deveria retomar as atividades após o primeiro turno das eleições municipais, mas pode não ter pressa para voltar ao trabalho (LEIA MAIS ABAIXO). Não se descarta um aumento da volatilidade.
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