A Suzano (SUZB3) anunciou na última semana que o acionista BNDESPar irá realizar uma oferta pública secundária para vender a sua participação na Suzano.
O BNDESPar detém pouco mais de 150 milhões de ações da Suzano, o que representa 11 por cento do capital social na companhia. Em caso de lote adicional, a oferta consistirá na venda integral das participações. Conforme o último preço de fechamento, a oferta poderá movimentar 7,5 bilhões de reais no mercado.
O período de reserva vai do dia 25 de setembro ao dia 30 de setembro. O preço será fixado no dia 1º de outubro e as ações começarão a ser negociadas no dia 5 de outubro. O lock-up na oferta do varejo é de 30 dias.
Acreditamos que, embora o BNDESPar não seja controlador da Suzano e que os recursos da oferta não entrem no caixa da empresa, a venda das ações é positiva para a companhia, pois i) reduz a representação estatal no seu capital social e ii) aumenta a pulverização da base acionária e a parcela de ações em livre negociação (free float) iii) possível aumento da liquidez das ações.
Avaliamos ainda como positiva as ofertas de ações que o BNDES vem realizando ao longo deste ano, reduzindo ou até mesmo de desfazendo integralmente das suas participações nas companhias brasileiras de capital aberto. Este movimento aumenta a transparência do ambiente de negócios brasileiro e dá indícios de uma política industrial mais igualitária/horizontal.
Ademais, a venda das ações pode ser uma fonte de recursos interessante para o caixa da União, posto que o BNDES pode distribuir seus lucros em forma de dividendos. Esta prerrogativa é bastante interessante, em especial no momento atual de turbulência nas contas públicas e a ameaça de um deslize fiscal voltar à tona.
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