A Comissão Europeia, órgão executivo máximo da União Europeia, divulgou na manhã desta quarta-feira (27) um pacote de ajuda de 750 bilhões de euros (824 bilhões de dólares ou 4,4 trilhões de reais) para estimular as economias da região e aliviar os efeitos danosos da epidemia do coronavírus. O fator mais importante desse pacote de ajuda é que ele deverá funcionar para além das fronteiras nacionais.
A Comissão pretende distribuir dois terços do fundo como doações, em vez de empréstimos, no que representa um grande passo em direção a um orçamento europeu mais centralizado, com transferências de riqueza entre os países-membros. Os planos ainda enfrentam oposição de pelo menos quatro estados membros – Holanda, Áustria, Finlândia e Suécia -, mas contam com o apoio crucial da Alemanha, a maior contribuidora do orçamento do bloco.
O plano visa fornecer rapidamente uma injeção fiscal maciça para os países do bloco mais atingidos pela pandemia. E isso sem aumentar os níveis de dívida já muito elevados dos membros mais endividados do bloco, como Itália, Espanha e Grécia. As novas dívidas dos primos pobres da União Europeia seriam pagas ao longo de várias décadas, e os pagamentos começariam apenas em 2028. Algum dinheiro extra começaria a fluir já neste ano, uma medida projetada para impedir o colapso das empresas e manter o investimento público fluindo em meio à crise.
O objetivo é também proteger o mercado único europeu, que inclui 450 milhões de pessoas. Os efeitos danosos da pandemia ampliaram as diferenças entre os países do norte, como Alemanha, Holanda e França, e os países do sul da Europa. Um distanciamento econômico poderia estressar ao máximo os vínculos entre os 27 participantes, aumentando as pressões pela saída de alguns países-membros, à medida que a Europa emerge de sua recessão mais profunda em vários anos. Esse pacote estimulou os mercados internacionais. As bolsas sobem na Europa e os mercados futuros de ações americanos também avançam.
O dólar atingiu sua maior valorização em seis meses em relação ao yuan, a moeda chinesa, devido a um aumento de tensões entre os Estados Unidos e a China. O yuan caiu para 7,1773 dólares no mercado offshore, que é menos controlado por Pequim.
Os mercados acionários não foram pesadamente afetados pelo aumento das tensões na Ásia, sinalizando que os investidores internacionais estão mais interessados nos pacotes de estímulo à economia europeia do que nas disputas comerciais da Ásia. Nesse cenário, o dia vai ser de alta.
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