Após a fala de Paulo Guedes, divulgada ao público junto com o vídeo na íntegra da reunião ministerial, sobre o desejo de privatizar o Banco do Brasil, as ações do banco público tiveram forte alta nos pregões da B3.
No entanto, apesar da euforia com a fala de Guedes, o processo de desestatização é demorado e pode não se concretizar no curto prazo. Essa visão é corroborada até por Rubem Novaes, presidente do BB. Ele diz entender a postura do presidente, uma vez que ele “identifica baixas condições políticas para levar o projeto adiante agora”.
Novaes acredita, porém, que seria viável vender algumas das subsidiárias do Banco. Segundo o presidente, não haveria restrição de Bolsonaro e a privatização, por ser de empresas coligadas, não deveria passar pelo Congresso. No entanto, todos os planos de privatização estão temporariamente suspensos em função da Covid-19 – caso da BB DTVM.
Outro a descartar a privatização do BB é o Secretário Especial de Desestatização, Salim Mattar. Ele publicou nota em seu Twitter na noite de ontem, reforçando que a Caixa, a Petrobras e o Banco do Brasil não serão privatizados, mas quis enfatizar a reação do mercado sobre apenas a possibilidade de venda do banco.
Qualquer intenção de privatização de estatais é incentivada e tem repercussões muito positivas no mercado. Para serem vendidas, as estatais devem antes ser incluídas no Plano Nacional de Desestatização e depois passar por um processo político trabalhoso. Em alguns casos, recomendamos cautela na compra de papéis somente com base em rumores sobre privatizações, na medida em que elas são um tema espinhoso e podem demorar mais que o esperado pelo mercado.
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