As operadoras de telecomunicação divulgaram entre a noite da terça-feira (05/mai) e a manhã da quarta-feira (06/mai) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2020.
Os resultados vieram levemente abaixo das nossas expectativas, com pequena vantagem para TIM que apresentou resultados um pouco melhores, com destaque para a margem Ebitda.
O principal destaque positivo da Vivo foram o incremento na sua Margem Ebitda Recorrente, que alcançou 40,9 por cento (+1,2 p.p). No lado negativo: queda de 14 por cento no lucro líquido de 1,15 bilhões de reais, afetado por maior alíquota de impostos.
A Tim Participações registrou lucro líquido reportado de 164 milhões de reais no primeiro trimestre de 2020, alta de 8,3 por cento ante os 152 milhões apurados um ano antes. O Ebitda da Tim somou 1,926 bilhão de reais, crescimento de 8 por cento ante o mesmo período de 2019.
Esperamos que as ações da TIM (TIMP3) tenham desempenho superior às ações da Vivo (VIVT4) no curto prazo e em linha com o desempenho do Ibovespa na sessão de hoje na B3.
As empresas de telecomunicação devem superar os demais setores da Bolsa em períodos mais nebulosos como o atual, dado seu modelo de negócio resiliente e forte geração de fluxo de caixa.
Os resultados operacionais da Tim (TIMP3) permanecem sólidos. Entretanto, a maioria das melhorias dos ganhos de eficiência já foram incorporados. O próximo grande salto na empresa poderá vir de uma transação em potencial envolvendo os negócios móveis da Oi, em que os ganhos de sinergia seriam significativos.
A receita da Vivo (VIVT4) sofreu impacto da queda na sua receita média mensal por usuário (ARPU) do segmento móvel, que caiu 1,7 por cento na comparação com o 1T19, devido à maior base de comparação por conta do aumento de preço realizado em 2019.
Já o Ebitda da Vivo totalizou 4.431 milhões de reais, crescimento de 1,6 por cento e ganhos de margem na ordem dos 1,2 p.p. O crescimento nesta linha mesmo com a queda na receita reflete a sua melhora na gestão de custos, muito por conta do esforço da companhia no seu processo de digitalização em algumas áreas.
Na última segunda (04/mai), veiculou-se na mídia a notícia de que a oferta de Tim e Vivo por Oi Móvel poderia ocorrer em 2 a 3 meses. As empresas estariam trabalhando durante a quarentena nas diligências para análise dos ativos.
Segundo estimativas de mercado as redes móveis da Oi poderiam valer em torno de 15 bilhões de reais. Cerca de 60 a 70 por cento dos ativos da Oi Móvel ficariam com a TIM, de acordo com entendimento prévio entre as empresas.
A Oi só poderá fechar negócio depois de levar o assunto para uma assembleia geral de credores, que deverá acontecer no segundo semestre.
Para a Vivo e para a TIM, o segmento móvel da Oi significa uma ampliação da sua participação de mercado, bem como a expansão nas regiões Norte e Nordeste, menos exploradas pelas companhias.
Para a Oi, a venda significará uma grande oportunidade de gerar caixa e continuar honrando o serviço da sua dívida e seus investimentos no segmento de fibra ótica, que é a peça chave e grande aposta da companhia para voltar a ser competitiva.
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